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CAMPO MINADO
Rainha diz que reforma virá "com facão"
DA AGÊNCIA FOLHA
DO FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
O líder do MST (Movimento
dos Trabalhadores Sem Terra) no
Pontal do Paranapanema (SP) José Rainha Jr. disse ontem que a reforma agrária no país não será feita por meio de decreto, e sim
"com facão". Ele defendeu a invasão de terras.
"[A reforma agrária] não vai vir
simplesmente por meio de decreto. Ela não vai vir com mudanças
simples. (...) Ela vai vir com luta,
com força, com facão", disse.
O líder do MST discursava em
um assentamento no sul da Bahia
(região de Itabuna, a 449 km de
Salvador). As declarações foram
divulgadas pela TV Globo.
Rainha Jr. aguarda em liberdade o fim do processo no qual foi
condenado, em primeira instância, por porte ilegal de arma.
No dia 12 de novembro, o STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
acolheu uma reclamação do líder
do MST contra o decreto de prisão expedido pelo juiz de Teodoro Sampaio (SP), Atis de Araújo
Oliveira.
Invasão
Cerca de 300 famílias ligadas ao
MST invadiram no início da madrugada de ontem área da Prefeitura de Sandovalina (624 km a
oeste de SP), no Pontal do Paranapanema.
Os sem-terra se deslocaram da
fazenda Santa Felicidade, também no município, onde estavam
acampados havia 130 dias, devido
a um acordo feito com o proprietário do imóvel.
Segundo Valmir Sebastião,
coordenador do movimento, a
meta é reunir no local entre 600 e
800 famílias, atraindo pessoas de
outros acampamentos. Ele afirmou ainda que as pessoas vão
permanecer na área até o assentamento das famílias.
O prefeito Divaldo Pereira de
Oliveira (PMDB) disse que pedirá
a reintegração de posse da área.
Também solicitará auxílio do governo do Estado no envio de remédios para atender às famílias.
Em julho do ano passado, ele
paralisou por dois dias o atendimento de vários setores da prefeitura, mantendo apenas as emergências de saúde, em protesto
contra o atraso no repasse dos
medicamentos. A medida resultou numa ação de responsabilidade movida pelo Estado.
Oliveira não descartou uma nova paralisação. "Não temos condições ou estrutura para atender
esse pessoal", disse.
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