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Suposto mandante de morte de Dorothy nunca foi julgado
Cinco anos após crime, Regivaldo Pereira Galvão responde ao processo em liberdade
Demais envolvidos já foram julgados; os pistoleiros foram condenados e Bida, acusado de ser o outro mandante, aguarda 3º júri
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Às vésperas de o assassinato
da missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang completar cinco
anos, Regivaldo Pereira Galvão,
o Taradão, nunca foi julgado
pela acusação de ser um dos
mandantes do crime.
Taradão é suspeito de, em
conluio com o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida,
ter prometido a dois pistoleiros
R$ 50 mil -que não foram pagos- para que assassinassem a
religiosa, então com 73 anos.
Stang foi morta com seis tiros
numa estrada de Anapu (PA)
em 12 de fevereiro de 2005.
Segundo o Ministério Público do Estado, a missionária estava atrapalhando o plano dos
dois supostos mandantes de
negociar terras públicas reivindicadas por pequenos agricultores e denunciando crimes
ambientais cometidos por eles.
A série de júris começou em
dezembro de 2005. Desde então, os pistoleiros e o intermediário do crime já foram julgados e condenados. Bida foi condenado, absolvido, e agora passará por novo júri em março.
Já a acusação contra Taradão
jamais foi apreciada. Seu recurso contra a decisão de primeiro
grau que o mandou para júri
ainda não transitou em julgado.
Hoje, Taradão responde ao
processo em liberdade.
Ele chegou a ser preso em dezembro de 2008, mas por tentar grilar um lote da área que
teria motivado o assassinato.
Segundo a Polícia Federal e o
Ministério Público Federal no
Pará, ele tentou negociar o lote
55, que ocupa cerca de 3.000
hectares do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, pelo qual a freira lutava.
O pecuarista não ficou nem
dois meses preso. O Tribunal
Regional Federal da 1ª Região
aceitou pedido de habeas corpus e o soltou. Há um ano, o
presidente do TJ do Pará disse
que o julgamento ocorreria em
2009. Agora, há a expectativa
de que ocorra neste semestre.
Ontem, a Folha não conseguiu localizar o advogado de
Taradão. Ele e Bida negam envolvimento no crime.
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