São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suposto mandante de morte de Dorothy nunca foi julgado

Cinco anos após crime, Regivaldo Pereira Galvão responde ao processo em liberdade

Demais envolvidos já foram julgados; os pistoleiros foram condenados e Bida, acusado de ser o outro mandante, aguarda 3º júri

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Às vésperas de o assassinato da missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang completar cinco anos, Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, nunca foi julgado pela acusação de ser um dos mandantes do crime.
Taradão é suspeito de, em conluio com o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, ter prometido a dois pistoleiros R$ 50 mil -que não foram pagos- para que assassinassem a religiosa, então com 73 anos.
Stang foi morta com seis tiros numa estrada de Anapu (PA) em 12 de fevereiro de 2005.
Segundo o Ministério Público do Estado, a missionária estava atrapalhando o plano dos dois supostos mandantes de negociar terras públicas reivindicadas por pequenos agricultores e denunciando crimes ambientais cometidos por eles.
A série de júris começou em dezembro de 2005. Desde então, os pistoleiros e o intermediário do crime já foram julgados e condenados. Bida foi condenado, absolvido, e agora passará por novo júri em março.
Já a acusação contra Taradão jamais foi apreciada. Seu recurso contra a decisão de primeiro grau que o mandou para júri ainda não transitou em julgado. Hoje, Taradão responde ao processo em liberdade.
Ele chegou a ser preso em dezembro de 2008, mas por tentar grilar um lote da área que teria motivado o assassinato.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal no Pará, ele tentou negociar o lote 55, que ocupa cerca de 3.000 hectares do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, pelo qual a freira lutava.
O pecuarista não ficou nem dois meses preso. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou pedido de habeas corpus e o soltou. Há um ano, o presidente do TJ do Pará disse que o julgamento ocorreria em 2009. Agora, há a expectativa de que ocorra neste semestre.
Ontem, a Folha não conseguiu localizar o advogado de Taradão. Ele e Bida negam envolvimento no crime.


Texto Anterior: Campanha de igrejas faz crítica à política econômica de Lula
Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Serra, Dilma e o mercado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.