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Lula dará 182 mil cestas básicas aos acampados do MST
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Menos de uma semana após
divulgar a suspensão do Bolsa-Renda e depois das invasões de
terra promovidas pelo MST no
Carnaval, o governo federal
anunciou ontem que vai fornecer cestas básicas a famílias
acampadas do movimento.
Serão atendidas, de maneira
emergencial, 60.756 famílias de
637 acampamentos do MST
durante três meses. Os alimentos devem estar disponíveis na
primeira quinzena de abril.
De acordo com o Mesa (Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome), que
fornecerá os recursos para a
compra das cestas, a medida
faz parte das ações prioritárias
do Fome Zero. O programa
prevê atender, além de municípios do semi-árido, cidades
que com aldeias indígenas, quilombos e famílias assentadas
ou acampadas em estado de insegurança alimentar.
A assessoria do ministério informou que o repasse já era estudado antes das invasões do
MST. A solicitação foi feita pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo Incra. A Ouvidoria do MDA calculou o número de famílias a serem beneficiadas. Os dados sobre acampados no país variam de 65 mil
a 100 mil famílias.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) comprará os alimentos por meio de
um pregão eletrônico público,
do qual podem participar bolsas de mercadorias credenciadas pela companhia. O valor a
ser gasto não foi divulgado.
Após a venda, os fornecedores terão até 20 dias para entregar os produtos. Serão 182.268
cestas com arroz, fubá, farinha
de mandioca crua e de trigo,
óleo de soja, açúcar cristal, macarrão, sal, café e leite em pó integral. A estocagem será feita
em 23 armazéns da Conab nos
Estados. O Incra distribuirá.
O governo FHC suspendeu
em janeiro de 2001 o Prodea
(Programa de Distribuição de
Alimentos) -que repassava
cestas básicas e atendia 8,6 milhões de pessoas- para dar lugar a projetos de renda mínima, com a distribuição de direta de dinheiro, o que é considerado mais eficiente.
Colaborou MARTA SALOMON, da
Sucursal de Brasília
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