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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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BAHIAGATE

Juvêncio da Fonseca (PMDB) ataca o partido, que decide hoje em reunião se pede abertura de processo contra ACM

PT quer trocar presidente do Conselho de Ética

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O debate sobre a abertura ou não de processo por quebra de decoro contra o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) por seu suposto envolvimento nos grampos telefônicos da Bahia gerou atrito entre senadores do PT e o presidente do Conselho de Ética, Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS). O PT defendeu a substituição de Fonseca, que respondeu atacando o partido.
"O senador Juvêncio deu sinais de perda de equilíbrio, sobriedade e serenidade. Em vez de acolher a denúncia contra ACM e instaurar a sindicância, como determina o regimento, preferiu agredir o PT", disse o líder da bancada petista, Tião Viana (AC).
"Se o PT quer me afastar da presidência do conselho é porque não quer a cassação do senador Antonio Carlos. Eu estou advogando a abertura do processo por quebra de decoro, enquanto o PT está pedindo uma sindicância preliminar, que não levará a nada", afirmou Fonseca.
A insatisfação com o presidente do conselho será discutida hoje pela bancada petista, em reunião com o presidente do partido, José Genoino. A reunião foi marcada para que o partido decida fazer ou não uma representação ao Conselho de Ética pedindo a abertura de processo por quebra de decoro contra ACM -que pode levar à cassação do seu mandato.
No fim de semana, Genoino defendeu que vários partidos deveriam assinar a representação.
O assunto divide a bancada do PT. Viana acha que, antes de abrir um processo de cassação, o conselho deveria fazer investigação preliminar para apurar se ACM quebrou o decoro parlamentar.
Foi o que a bancada pediu em uma denúncia contra ACM encaminhada ao conselho. Em vez de instaurar a sindicância, Fonseca encaminhou a denúncia ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que a arquivou.
Para Viana, o processo em si só deveria ser aberto depois dessa fase inicial, na qual seriam ouvidos os jornalistas da revista "IstoÉ" que acusam o senador de ter confessado ser o mandante dos grampos e o próprio ACM.
Fonseca remarcou para quinta-feira a reunião do Conselho de Ética que irá deliberar sobre o recurso do PT que insiste na sindicância preliminar contra ACM.


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