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BAHIAGATE
Juvêncio da Fonseca (PMDB) ataca o partido, que decide hoje em reunião se pede abertura de processo contra ACM
PT quer trocar presidente do Conselho de Ética
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O debate sobre a abertura ou
não de processo por quebra de
decoro contra o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) por
seu suposto envolvimento nos
grampos telefônicos da Bahia gerou atrito entre senadores do PT e
o presidente do Conselho de Ética, Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS). O PT defendeu a substituição de Fonseca, que respondeu
atacando o partido.
"O senador Juvêncio deu sinais
de perda de equilíbrio, sobriedade
e serenidade. Em vez de acolher a
denúncia contra ACM e instaurar
a sindicância, como determina o
regimento, preferiu agredir o PT",
disse o líder da bancada petista,
Tião Viana (AC).
"Se o PT quer me afastar da presidência do conselho é porque
não quer a cassação do senador
Antonio Carlos. Eu estou advogando a abertura do processo por
quebra de decoro, enquanto o PT
está pedindo uma sindicância
preliminar, que não levará a nada", afirmou Fonseca.
A insatisfação com o presidente
do conselho será discutida hoje
pela bancada petista, em reunião
com o presidente do partido, José
Genoino. A reunião foi marcada
para que o partido decida fazer ou
não uma representação ao Conselho de Ética pedindo a abertura de
processo por quebra de decoro
contra ACM -que pode levar à
cassação do seu mandato.
No fim de semana, Genoino defendeu que vários partidos deveriam assinar a representação.
O assunto divide a bancada do
PT. Viana acha que, antes de abrir
um processo de cassação, o conselho deveria fazer investigação
preliminar para apurar se ACM
quebrou o decoro parlamentar.
Foi o que a bancada pediu em
uma denúncia contra ACM encaminhada ao conselho. Em vez de
instaurar a sindicância, Fonseca
encaminhou a denúncia ao presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), que a arquivou.
Para Viana, o processo em si só
deveria ser aberto depois dessa fase inicial, na qual seriam ouvidos
os jornalistas da revista "IstoÉ"
que acusam o senador de ter confessado ser o mandante dos grampos e o próprio ACM.
Fonseca remarcou para quinta-feira a reunião do Conselho de
Ética que irá deliberar sobre o recurso do PT que insiste na sindicância preliminar contra ACM.
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