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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Aliados demonstram preocupação com a queda do pré-candidato na pesquisa Datafolha e cobram mais agilidade e articulação do tucano
PFL cobra Alckmin, que preocupa PSDB
DA REPORTAGEM LOCAL
DA COLUNISTA DA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupado com a queda de
Geraldo Alckmin na última pesquisa Datafolha, o PSDB decidiu
investir na imagem de seu candidato à Presidência, com a fixação
de uma política de comunicação
capaz de mantê-lo em cena. Para
dar tempero ao "chuchu", os tucanos vão recorrer ao jornalista
Luiz Gonzalez, responsável pelas
campanhas do partido no Estado.
Procurado ontem pelo comando do PSDB, Gonzalez está fora
do país. Mas a necessidade de
uma estratégia para criação de fatos políticos seria objeto de uma
reunião à noite em Brasília.
O comando de campanha também pretende fixar uma agenda
de viagens para os próximos 30
dias, priorizando os Estados nordestinos onde disponha de palanques consistentes. "Alckmin estava voltado para dentro do PSDB.
Agora, deve ir para o eleitorado",
disse o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PE).
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), se encontra hoje
com Alckmin e com o especialista
em pesquisas Antonio Lavareda,
para avaliar o cenário eleitoral.
A pesquisa estremeceu a "tríplice aliança" que PSDB e PFL tentavam fechar com PMDB. O ex-governador Anthony Garotinho
(PMDB) fortaleceu sua pré-candidatura, enquanto o PFL decidiu
cobrar mais eficiência de Alckmin
na definição do arco de alianças e
na estruturação da campanha. "A
pesquisa mostra que as providências não estão sendo tomadas na
hora certa. O tempo está correndo, e o tempo é a favor do governo", reclamou o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA), que
apoiou Alckmin desde o início.
Outros pefelistas reclamam da
desarticulação de Alckmin com as
bancadas do PSDB e do PFL e da
demora para montar a equipe de
campanha em Brasília. Parte da
cúpula do partido avalia que
Alckmin tem perdido tempo tentando atrair o PMDB, enquanto
Garotinho ganha espaço.
O Datafolha aponta que a diferença entre Alckmin e Garotinho
caiu de 11 para 5 pontos -20%
contra 15%. O presidente Lula
(PT) tem 40% das intenções. "[A
pesquisa] Impõe rapidez para que
ele possa sair da defesa para o ataque", afirmou o líder do PFL no
Senado, José Agripino (RN), um
dos cotados para vice da chapa.
Embora admita o baque, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen
(SC), disse que é cedo para conclusões: "Não dá para esconder o
Sol com a peneira, e a pesquisa foi
ruim. Mas esta é uma eleição plebiscitária e o Serra tinha assumido a posição de anti-Lula, até pelo
embate de 2002. Quando a população identificar no Alckmin o anti-Lula, ele vai crescer".
Para melhorar o trânsito com os
parlamentares do PFL, Alckmin
oficializou ontem, em Teresina, o
nome do senador Heráclito Fortes (PFL-PI) para integrar a coordenação da campanha. Uma das
preocupações de Alckmin é criar
uma linha de frente no Congresso
para defendê-lo das denúncias.
Para o presidente do PMDB,
Michel Temer, a pesquisa "reforça a tese da candidatura própria e
deu a Garotinho o argumento de
que ele pode crescer e tem chance
de vitória". Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que ele não une o partido: "A subida do Garotinho não
muda nada. É aquele mesmo problema que vocês conhecem, a verticalização desestimula tanto a
candidatura própria quanto as
alianças".
(CATIA SEABRA, ELIANE CANTANHÊDE e SILVIO NAVARRO)
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