São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

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Crise aérea não afeta avaliação positiva de Lula, diz CNT/Sensus

População culpa o governo federal pelo apagão aéreo, mas continua avaliando bem a gestão petista e o presidente

Para 36,9%, governo é o maior responsável pela crise nos aeroportos; no entanto, 49,5% dos entrevistados aprovam a atual gestão


FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A população culpa o governo federal pelo apagão aéreo, mas nem isso é suficiente para comprometer a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua avaliação pessoal e a do governo mantêm-se altas, segundo pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e do Instituto Sensus.
O governo tem avaliação positiva de 49,5% dos entrevistados, o terceiro melhor índice desde a posse de Lula, em 2003. Só 14,6% reprovam o governo.
No último levantamento da CNT/Sensus, em agosto passado, 43,6% aprovavam o governo e 15,6% o rejeitavam. As oscilações ocorreram dentro da margem de erro, de três pontos percentuais. A pesquisa foi feita de 2 a 6 de abril com 2.000 pessoas, após a greve dos controladores de vôo do dia 30.
O desempenho pessoal de Lula também cresceu dentro da margem de erro. Agora, são 63,7% dos entrevistados que o aprovam, contra 59,3% em agosto de 2006. O presidente recebe a desaprovação de 28,2% da população.
Ao mesmo tempo, 36,9% da população debita a responsabilidade maior pela crise aérea no governo federal. Eles se dividem em 21,2% culpando genericamente o governo, 8,1% responsabilizando especificamente a Aeronáutica e 7,6% apontando o dedo para a Infraero. Os controladores de vôo são culpados para 12,4%.
Paradoxalmente, apesar da boa avaliação de Lula, a percepção é de que os principais problemas do país se agravaram nos últimos seis meses. A situação do emprego piorou para 35,5%, enquanto a saúde se deteriorou para 46,1%.
"A população avalia que os problemas são graves, mas que o presidente Lula está se empenhando em combatê-los", diz Ricardo Guedes, diretor do Sensus. "O fato de a economia estar num bom momento ajuda muito na avaliação do presidente", afirma Guedes.

Violência
Entre os problemas, nada se compara à segurança pública. Para 90,9% dos brasileiros a violência aumentou nos últimos anos. O resultado provavelmente refletiu o impacto de crimes dramáticos como a morte do menino João Hélio.
Para 24,1%, a pobreza é a principal causa da violência no país. Outros 19,1% atribuem a onda de criminalidade a falhas na Justiça, e 15%, a leis brandas, o que serve de estímulo para os que defendem o endurecimento do Código Penal.
Nesse aspecto, 81,5% querem a redução da maioridade penal para 16 anos de idade. Já a pena de morte, segundo a pesquisa, divide o país: 49% se dizem favoráveis e 46% contra, situação de empate técnico.


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