São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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análise

Lula avalia que 3º mandato o enfraquecerá

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Lula avalia que se embarcar na tese do terceiro mandato consecutivo enfraquecerá seu poder nos dois últimos anos do mandato atual. E dinamitará sua liderança política futura com a marca do casuísmo.
Lula crê que mudar a Constituição exige um preço alto em cargos e favores a aliados. Setores da sociedade, sobretudo estratos médios e mais escolarizados, combateriam a idéia. Para o petista, é uma guerra que, se ganha, trará mais sangue do que glória.
Seu projeto é investir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para tentar deixar um legado de mudanças na infra-estrutura. Acrescente-se a isso manter o crescimento da economia na casa dos 5% anuais e continuar a investir em programas sociais. Com esse tripé, Lula acha que deixará o poder com alta popularidade.
Fã das metáforas futebolísticas, o presidente diz em privado: "O Pelé parou de jogar no auge". Aos mais próximos Lula afirma que, depois de tentar eleger o sucessor, irá tomar "uma cervejinha" no sítio "Los Fubangos", em São Bernardo do Campo.
Se o cenário de alta popularidade se confirmar, Lula considera que se beneficiará de uma espécie de "efeito Getúlio Vargas" nos anos seguintes a 2010.
No final do Estado Novo, em 1945, Vargas foi deposto após 15 anos de poder. Apoiou a eleição do general Eurico Gaspar Dutra e se retirou para a estância em São Borja (RS). Uma onda queremista foi buscá-lo nos pampas. Vargas retornou constitucionalmente eleito em 1950.
O projeto de Lula é disputar um novo mandato em 2014 ou em 2015, a depender da regra. O presidente apóia o fim da reeleição e a volta do mandato de cinco anos. Mas rejeita uma brecha que lhe permita concorrer em 2010.


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