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análise
Lula avalia que 3º mandato o enfraquecerá
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula avalia
que se embarcar na tese do
terceiro mandato consecutivo enfraquecerá seu
poder nos dois últimos
anos do mandato atual. E
dinamitará sua liderança
política futura com a marca do casuísmo.
Lula crê que mudar a
Constituição exige um
preço alto em cargos e favores a aliados. Setores da
sociedade, sobretudo estratos médios e mais escolarizados, combateriam a
idéia. Para o petista, é uma
guerra que, se ganha, trará
mais sangue do que glória.
Seu projeto é investir no
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para tentar deixar um legado
de mudanças na infra-estrutura. Acrescente-se a
isso manter o crescimento
da economia na casa dos
5% anuais e continuar a
investir em programas sociais. Com esse tripé, Lula
acha que deixará o poder
com alta popularidade.
Fã das metáforas futebolísticas, o presidente diz
em privado: "O Pelé parou
de jogar no auge". Aos
mais próximos Lula afirma que, depois de tentar
eleger o sucessor, irá tomar "uma cervejinha" no
sítio "Los Fubangos", em
São Bernardo do Campo.
Se o cenário de alta popularidade se confirmar,
Lula considera que se beneficiará de uma espécie
de "efeito Getúlio Vargas"
nos anos seguintes a 2010.
No final do Estado Novo, em 1945, Vargas foi deposto após 15 anos de poder. Apoiou a eleição do
general Eurico Gaspar Dutra e se retirou para a estância em São Borja (RS).
Uma onda queremista foi
buscá-lo nos pampas. Vargas retornou constitucionalmente eleito em 1950.
O projeto de Lula é disputar um novo mandato
em 2014 ou em 2015, a depender da regra. O presidente apóia o fim da reeleição e a volta do mandato
de cinco anos. Mas rejeita
uma brecha que lhe permita concorrer em 2010.
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