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Cartão da Unifesp foi usado em free shop no exterior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Assim como a ex-ministra
Matilde Ribeiro (Igualdade
Racial), o reitor da Unifesp
(Universidade Federal de
São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, também usou o
cartão corporativo em seu
nome para pagar compra em
um free shop no exterior. O
gasto, realizado em junho de
2006, foi de R$ 39,07.
Procurado pela Folha, o
reitor declarou por meio de
assessoria, em um primeiro
momento, que não "se lembrava" da compra. Mais tarde, contudo, a assessoria disse que ele teria encontrado a
nota fiscal da despesa: seria
um "pen drive", segundo ele,
adquirido no aeroporto de
Berlim e que foi usado como
instrumento de trabalho.
A CGU (Controladoria-Geral da União) evitou condenar a despesa. "É possível
que a compra no free shop
tenha sido legal, apesar de
estranha", disse o secretário-executivo Luiz Navarro.
Matilde Ribeiro deixou o
governo Lula, no início de fevereiro, depois do escândalo
com os cartões. Entre outros
gastos irregulares, ela pagou
R$ 461,16 em um free shop
em outubro do ano passado.
Conforme a Folha revelou
no início de fevereiro, o reitor da Unifesp gastou boa
parte da fatura de cartão em
2007 com restaurantes luxuosos, como o A Figueira
Rubaiyat (conta de R$
1.798,39), em São Paulo. Ele
também usou o cartão para
pagar despesas de caráter
pessoal em farmácias. Na
época, justificou o gasto alegando ter sido "emergencial"
por não ter dinheiro.
Gastos
Dos R$ 44.185,76 gastos
pelo reitor em 2006, R$
40.283,10 foram feitos no exterior, o que é contestado pela CGU. Auditoria do órgão
condenou Ulysses a devolver
parte do valor. "O que ele
gastou no exterior é mais do
que gastaria com as diárias",
afirmou Luiz Navarro.
Dos R$ 11 mil cobrados pela controladoria como gasto
irregular, referente à diferença entre as diárias e o gasto com o cartão, R$ 8 mil
(utilizados em viagens internacionais) teriam sido restituídos pelo reitor.
A CGU declarou ter realizado um trabalho de "análise
geral" nas despesas do reitor
da Unifesp, mas ressaltou
que vai aprofundar a auditoria nos gastos dele com o cartão. "É possível que tenha
mais coisas [irregulares]",
disse Luiz Navarro.
(LUCAS FERRAZ, ADRIANO CEOLIN E ANDREZA MATAIS)
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