DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, primeiro riu ao ouvir da reportagem da Folha a informação de que advogados do Opportunity em Nova York, ao apresentar a defesa de Daniel Dantas na batalha que trava contra o Citibank, afirmaram que integrantes do PT exigiram milhões de dólares do banqueiro para não atrapalhar seus negócios no país.
Em seguida, o petista afirmou que a acusação é "absolutamente fantasiosa" e que, caso o achaque tivesse ocorrido, Dantas teria cometido uma irregularidade ao não denunciar a trama. "Isso constituiria, por parte dele, uma omissão, porque deveria ter avisado a polícia", disse.
Para Berzoini, "o que está por trás disso [da acusação de corrupção contra o PT] é a privatização do setor de telefonia, desde 1998, à qual fomos contra".
O presidente do PT declarou que o movimento sindical, ao qual é ligado, "fez inúmeros questionamentos ao governo [na gestão de Fernando Henrique Cardoso] porque entendia que a licitação, do jeito que estava, favorecia o Opportunity".
Procurada, a assessoria de imprensa do Citigroup, nos Estados Unidos, afirmou que a suposta tentativa do PT de extorquir milhões de dólares do grupo Opportunity é um ataque infundado. "Esses ataques não têm ajudado a eles [Opportunity] no litígio", disse a porta-voz do Citigroup, Shannon Bell.
O Citigroup também rejeitou a acusação dos advogados do Opportunity de que os executivos do banco estariam recebendo benefícios após o alinhamento do grupo com autoridades do governo federal que antes haviam tentado obter fundos do Opportunity. "Essas alegações são absurdas", disse Shannon.
A Folha procurou ontem o Palácio do Planalto e solicitou uma manifestação oficial a respeito das acusações da carta do Opportunity. Até o fechamento desta edição, o Planalto não havia se manifestado.


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