|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresa nega versão de ONG do Rio
ELVIRA LOBATO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Citada pela ONG CBDDC (Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania) como a empresa contratada para realizar um
diagnóstico da situação de hospitais fluminenses, a DM Gestão de
Projetos e Negócios nega que tenha feito o serviço.
O governo peemedebista de Rosinha Matheus (mulher de Anthony Garotinho) pagou R$ 105,6
milhões à ONG em 2005. Parte do
dinheiro teria ido para a DM, segundo a ONG.
O presidente do CBDDC, Carlos
Alberto da Silva Lopes, declarou
que 10% do valor do contrato com
o governo do Estado tinha sido
gasto na elaboração de um trabalho sobre a situação de 29 hospitais do Estado. Segundo ele, o estudo teria sido feito pela DM e entregue ao Estado no ano passado.
A Secretaria de Saúde do Estado
se recusou a mostrar o trabalho à
Folha. Segundo a secretaria, o
diagnóstico apresentado pelo
CBDDC está sob a análise reservada de uma comissão especial criada na Procuradoria Geral do Rio.
A enfermeira Daniela Britto, sócia minoritária da DM, disse que a
empresa chegou a ser contatada
pelo CBDDC para fazer o trabalho, mas se recusou a fazê-lo.
Ela afirmou que, se chamada a
depor na Polícia Federal que investiga as contrata, terá como
provar que não prestou serviço
nem recebeu pagamento do
CBDDC. Daniela diz que o motivo da recusa foi o fato de o
CBDDC não detalhar o trabalho
pretendido: "Mandou apenas um
objeto de contrato, genérico".
Mão-de-obra
Na entrevista concedida no fim
de abril, o presidente do CBDDC
disse que 90% dos R$ 105 milhões
que recebeu da Fesp (Fundação
Escola do Serviço Público, vinculada à Secretaria de Administração) foram repassados para cooperativas. O objetivo era pagar
9.000 pessoas que trabalham na
rede hospitalar. Elas foram contratadas sem prestar concurso.
Segundo Lopes, a Fesp depositava o dinheiro na conta bancária
do CBDDC, que o repassava a cerca de 15 cooperativas indicadas
pela Febracoop (entidade que
reúne parte das cooperativas do
Estado do Rio de Janeiro).
Segundo ele, o contrato com a
Fesp incluía a realização de estudo para quantificação do pessoal
necessário à rede pública. Disse
que o trabalho foi entregue à Fesp
em nove relatórios. A DM, segundo Lopes, ""pilotou o pessoal que
fez o trabalho de campo".
Depois que a diretora da empresa negou ter prestado o serviço, a
Folha procurou de novo o presidente do CBDDC, mas não conseguiu localizá-lo. O ex-vice-presidente, Hélio Bustamante da Cruz
Secco, negou-se a dar entrevista.
Texto Anterior: Eleições 2006: Garotinho se alimentará de soro após 10 dias de greve Próximo Texto: Garotinho acusa Globo de possuir conta nas Bahamas Índice
|