CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

A direção do PT quer fechar até o próximo fim-de-semana a aliança com PDT, PSB e PC do B em torno da candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A pressa é justificada pela tentativa de tornar fato consumado a decisão de anular o lançamento da candidatura de Vladimir Palmeira (PT) ao governo fluminense.
No último sábado, o Diretório Nacional do PT decidiu revogar o resultado da convenção do PT do Rio, que havia optado por Palmeira contra a vontade de Lula. O líder petista queria o apoio ao pedetista Anthony Garotinho na sucessão fluminense, para assim obter a coligação com Leonel Brizola (PDT) na eleição nacional.
A decisão do diretório terá de ser referendada pela convenção nacional do PT, marcada para os dias 23 e 24 de maio. O grupo de Palmeira já recorreu contra a resolução que deu a Lula, à direção do PT e aos partidos da frente de esquerda o direito de escolher o candidato na corrida eleitoral do Rio.
Brizola vem a São Paulo amanhã para um encontro com Lula. Os dois participarão da comemoração de 20 anos da greve da Scania, que marcou a liderança de Lula no sindicalismo do ABC paulista.
O governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), e o PC do B também foram convidados. Se Arraes confirmar sua visita, o PT fará em São Paulo uma reunião com as principais lideranças da frente de esquerda que deve apoiar a candidatura de Lula à Presidência.
O grupo majoritário no PT quer tornar irreversível o efeito da decisão, já que não há garantia de que os setores mais ortodoxos aceitem o veto a Palmeira. Em discurso no diretório, Lula devolveu as insinuações feitas na reunião sobre seu comportamento "caudilhesco". Sem citar nomes, Lula afirmou que caudilhos eram alguns dirigentes de correntes do PT.



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