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OPERAÇÃO VAMPIRO
Há indícios de fraudes também em Estados e municípios
PF vai abrir mais 6 inquéritos e investigar outros 3 órgãos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai abrir seis
novos inquéritos para dar continuidade às investigações sobre
fraudes nas compras de medicamentos pelo Ministério da Saúde
-a chamada Operação Vampiro.
Três deles terão como alvo órgãos
federais, pois as apurações revelaram que o grupo também agia em
outras autarquias da União.
A polícia não informou quais
serão os órgãos investigados, mas
existem indícios de irregularidades em licitações tanto na administração pública federal quanto
na estadual e até na municipal.
No início da próxima semana, a
PF deve concluir o inquérito sobre as fraudes no ministério, no
qual 17 empresários, lobistas e
servidores, presos pela Operação
Vampiro em maio, foram indiciados por formação de quadrilha,
corrupção ativa e passiva, tráfico
de influência e lavagem de dinheiro. Daí caberá ao Ministério Público, com base no relatório da PF,
denunciar os acusados à Justiça.
Ainda não há um cálculo fechado sobre o prejuízo causado pelas
fraudes aos cofres públicos. Estima-se que, de 1997 a 2002, esse valor ultrapasse os R$ 120 milhões.
Segundo a PF, a Operação Vampiro, que contou com o trabalho
de 30 policiais na sua parte investigativa, em curso desde junho do
ano passado, custou R$ 400 mil.
Está em curso um cruzamento
dos dados levantados na investigação com as informações apresentadas pelo grupo acusado de
praticar fraudes na Saúde à Receita Federal. A expectativa é que a
comparação desencadeie ações
fiscais por sonegação.
Um dos investigados, Luiz
Cláudio Gomes da Silva, que era
coordenador-geral de Recursos
Logísticos do Ministério da Saúde, por exemplo, disse em depoimento que por "bobagem" ou
"esquecimento" não declarou à
Receita recursos que recebeu com
serviços de consultoria que teria
prestado. A PF apreendeu no
apartamento dele, em Recife, R$
250 mil. À Receita, declarou rendimentos de R$ 46 mil em 2003.
"Offshores"
Lobistas e empresários acusados de fraudar compras de medicamentos no Ministério da Saúde
usaram "offshores" -empresas
com sede em paraísos fiscais-
para movimentar milhões de dólares. As operações, que estão sob
investigação da PF e do Ministério
Público na Operação Vampiro,
representam indícios de lavagem
de dinheiro, segundo a PF.
Até o momento, já foram identificadas quatro offshores, todas
com sede no Uruguai. O proprietário de duas delas -Fargin S/A e
Southwest Trade-, conforme a
investigação, é o empresário Jaisler Jabour de Alvarenga.
O advogado de Jabour, Felipe
Amodeo, disse anteontem que,
por ora, quaisquer acusações relacionadas a seu cliente e à família
dele "são notícias de imprensa".
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