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SOMBRA NO PLANALTO
Resposta ao veto do Senado é preparada há um mês
Governo "esquece" projeto antibingo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um mês após anunciar que preparava um "projeto de lei em regime de urgência" para proibir o
funcionamento dos bingos e das
máquinas de videopôquer e caça-níquel, o governo Lula ainda não
enviou um texto ao Congresso.
"O projeto irá em regime de urgência e está sendo preparado para ser enviado o mais rápido possível", disse André Singer, porta-voz do Planalto, em 10 de maio.
A demora ocorre mesmo diante
de declaração do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva comparando
os bingos à prostituição infantil.
A MP dos bingos foi derrubada
pelo Senado em 5 de maio, na
principal derrota do governo no
Congresso. Com isso, voltaram a
ter validade leis dos Estados que
autorizam a atividade. O STF (Supremo Tribunal Federal) ainda
decidirá se essas leis são válidas.
A assessoria de imprensa do ministro Aldo Rebelo (Coordenação
Política) informou ontem que o
governo decidiu aguardar a decisão do STF sobre as leis estaduais
antes de enviar o projeto de lei ao
Congresso.
A tendência é que sejam declaradas inconstitucionais. O STF
julgará ação contra quatro leis do
Distrito Federal. Depois, estenderá a decisão às ações propostas
pela Procuradoria Geral da República contra leis de 13 Estados.
Apesar de o tema estar no STF, o
governo havia decidido enviar o
projeto de lei sobre a questão. Em
7 de maio, o porta-voz disse que
havia empenho em definir o meio
mais eficaz de proibir os bingos.
No dia 10, o governo anunciou
que o melhor caminho era enviar
ao Congresso projeto "nos mesmos termos" da MP derrubada.
A ação contra os bingos foi gerada pelo surgimento em 13 de fevereiro do caso Waldomiro Diniz,
o ex-assessor do Planalto filmado
pedindo propina a empresário de
jogos em 2002, quando presidia a
Loterj -a loteria estadual do Rio.
A ligação de Waldomiro com o
ramo fez a gestão Lula mudar de
idéia sobre os bingos. O governo
era favorável à regulamentação. A
mensagem presidencial levada ao
Congresso em 16 de fevereiro diz:
"a regulamentação da atividade
vai organizar o setor e assegurar
recursos para o esporte social".
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