São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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outro lado

"Por que não procuram a federal do Piauí?"

Procuradora da Unifesp, Lilian Ribeiro diz haver situação pior em outras universidades e que reitor só falará após julgamento do TCU

DA REPORTAGEM LOCAL

A procuradora-geral da Unifesp, Lilian Ribeiro, diz que o reitor Ulysses Fagundes Neto só falará após o julgamento das contas da universidade pelo TCU. Desde o dia 7 de maio a Folha tenta uma entrevista com o reitor.
"Por que vocês não foram atrás do pessoal das federais do Paraná ou do Piauí, que sacou em dólar?", perguntou Lilian Ribeiro, ao ser questionada sobre as auditorias de 2005 e 2006 na Unifesp. "Se você for olhar o que teve de saque em outras universidades... Acho muito mais grave. [Apesar disso], não teve uma linha no jornal", disse a procuradora-geral.
Segundo ela, todos os procuradores-gerais de universidades federais são indicados pelo reitor. "É um cargo de confiança. Por aqui passam milhares de problemas. Se ele [o reitor] indica um procurador-geral que não seja da confiança dele, o sujeito, se quiser, arranja confusões terríveis para o reitor. Bota na cadeia. Porque não vai analisar a coisa direito", afirma.
Lilian Ribeiro diz que trabalha em companhia de outros procuradores de carreira. "A gente presta conta de tudo que é jeito, porque nós temos auditoria nossa aqui", declara.
Por telefone, Lilian questionou o motivo da reportagem. "Acham que é um cargo de favorecimento? O escritório [sociedade com José Dirceu] é o problema? Meu escritório tem 30 anos", afirmou.
A advogada diz que conhecia o reitor antes de assumir o cargo e que era sua amiga. "Eu acho que a gente conseguiu muita coisa aqui. Conseguiu tirar uma universidade do vermelho. Hoje, a Unifesp não deve um tostão", afirma.
Representando o vice-reitor Sergio Tufik, o advogado Airton Soares disse que "somente a Afip realiza convênios com o setor público. E, como não poderia deixar de ser, os movimentos financeiros das empresas citadas na auditoria são totalmente independentes". Segundo Soares, "o CDB é um dos núcleos da Afip. Responde pelos serviços de diagnósticos voltado ao mercado privado".


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