São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Valério é cobrado na Justiça por R$ 208 mil

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O empresário Marcos Valério, réu no processo criminal do mensalão, está sendo cobrado na Justiça mineira devido a uma dívida de R$ 208,3 mil. Quem cobra é o empresário Benito Porcaro Filho, o mesmo que em 2007 arrendou para Valério sua fazenda, na divisa de Paraopeba e Caetanópolis (a 120 km de Belo Horizonte).
A ação tramita desde a semana passada na 18ª Vara Cível de Belo Horizonte. Refere-se a uma nota promissória de R$ 200 mil assinada por Valério em 1º de maio de 2007, com vencimento em 6 de março.
Diz o texto da ação que, após "tentativas amigáveis" de cobrança, não restou outra alternativa a Porcaro Filho senão a cobrança judicial, protocolada quase três meses após o vencimento do título. O texto, porém, não informa a que se refere a dívida original -R$ 208,3 mil é o valor com correção.
A Folha ligou para o escritório de Porcaro Filho, mas não obteve resposta ao pedido de esclarecimento do caso.
Por meio da sua assessoria, Valério confirmou a dívida, afirmando estar em "dificuldade financeira". Disse que, "de certa forma, isso confirma que arrendou, e não comprou a fazenda". E que o arrendamento tem prazo de cinco anos.
"Marcos Valério vai tentar acordo nos próximos dias, nos autos", disse sua assessoria. Ele deverá ser citado hoje pela Justiça e terá três dias para pagar a dívida. Ou apresentar, em até cinco dias, os bens a serem penhorados, conforme despacho do juiz Rubens Gabriel Soares.
Em agosto passado, quando a Folha noticiou que Valério se tornara "fazendeiro de aluguel", ele informou que arrendou a fazenda para que pudesse abrigar "os 11 cavalos incluídos no rol de bens bloqueados pelo STF". O gado que estava na fazenda é de propriedade da família de Porcaro Filho -que, em nota, confirmara o arrendamento da área. Na fazenda, há capela e uma casa de 700 m2.
Na Justiça mineira, Valério foi condenado por falsidade ideológica, acusado de comprar notas frias. A pena de um ano de prisão virou uma multa (dois salários mínimos) e dois anos de prestação de serviços comunitários. Ele irá recorrer.


Texto Anterior: Cooperativa é "organização criminosa", diz promotor
Próximo Texto: Sem-terra invadem e depredam pelo país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.