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Valério é cobrado na Justiça por R$ 208 mil
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O empresário Marcos Valério, réu no processo criminal do
mensalão, está sendo cobrado
na Justiça mineira devido a
uma dívida de R$ 208,3 mil.
Quem cobra é o empresário Benito Porcaro Filho, o mesmo
que em 2007 arrendou para Valério sua fazenda, na divisa de
Paraopeba e Caetanópolis (a
120 km de Belo Horizonte).
A ação tramita desde a semana passada na 18ª Vara Cível de
Belo Horizonte. Refere-se a
uma nota promissória de
R$ 200 mil assinada por Valério em 1º de maio de 2007, com
vencimento em 6 de março.
Diz o texto da ação que, após
"tentativas amigáveis" de cobrança, não restou outra alternativa a Porcaro Filho senão a
cobrança judicial, protocolada
quase três meses após o vencimento do título. O texto, porém, não informa a que se refere a dívida original -R$ 208,3
mil é o valor com correção.
A Folha ligou para o escritório de Porcaro Filho, mas não
obteve resposta ao pedido de
esclarecimento do caso.
Por meio da sua assessoria,
Valério confirmou a dívida,
afirmando estar em "dificuldade financeira". Disse que, "de
certa forma, isso confirma que
arrendou, e não comprou a fazenda". E que o arrendamento
tem prazo de cinco anos.
"Marcos Valério vai tentar
acordo nos próximos dias, nos
autos", disse sua assessoria. Ele
deverá ser citado hoje pela Justiça e terá três dias para pagar a
dívida. Ou apresentar, em até
cinco dias, os bens a serem penhorados, conforme despacho
do juiz Rubens Gabriel Soares.
Em agosto passado, quando a
Folha noticiou que Valério se
tornara "fazendeiro de aluguel", ele informou que arrendou a fazenda para que pudesse
abrigar "os 11 cavalos incluídos
no rol de bens bloqueados pelo
STF". O gado que estava na fazenda é de propriedade da família de Porcaro Filho -que,
em nota, confirmara o arrendamento da área. Na fazenda, há
capela e uma casa de 700 m2.
Na Justiça mineira, Valério
foi condenado por falsidade
ideológica, acusado de comprar
notas frias. A pena de um ano
de prisão virou uma multa
(dois salários mínimos) e dois
anos de prestação de serviços
comunitários. Ele irá recorrer.
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