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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Candidato diz não acreditar em pesquisas eleitorais a três meses da eleição e nega atacar adversários
Ciro diz que PFL vai influenciar programa
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável Ciro Gomes
(PPS) deixou claro ontem que o
PFL não só vai participar de seu
eventual governo como também
influenciará na consolidação do
programa. "As forças vitoriosas
serão as forças de ocupação", afirmou Ciro Gomes.
"As forças que se reúnem para a
batalha são aquelas que devem ter
responsabilidade de por em prática o que propuseram à sociedade", completou, quando questionado sobre a influência do PFL
em seu eventual governo.
Um dia depois de receber apoio
do presidente nacional do partido, Jorge Bornhausen, em Uberaba (MG), e de três diretórios regionais -Minas, Goiás e Espírito
Santo-, Ciro Gomes afirmou
que não foi a presença de pefelistas no governo Fernando Henrique Cardoso que desvirtuou o
programa do PSDB.
"O problema do governo Fernando Henrique não foi esse ou
aquele partido. Foi a perda da hegemonia moral e intelectual do
projeto no começo muito precoce
do governo", disse.
Segundo Ciro Gomes, seu programa de governo está aberto a
sugestões da sociedade e dos aliados, mas isso não quer dizer que
todas as propostas serão aceitas.
Ontem, ele passou o dia em Brasília em reuniões com líderes da
coligação PPS-PTB-PDT -entre
eles, o presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR)-,
assessores e políticos. Acertaram
a inauguração do comitê de campanha na capital federal na próxima semana. O presidenciável recebeu o deputado Vilmar Rocha
(PFL-GO), que foi declarar oficialmente seu apoio, e o senador
Geraldo Althoff (PFL-SC).
Para Ciro, as eventuais contradições em alianças e divergências
nos palanques estaduais são resultado de decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que vincularam as eleições e as alianças
estaduais às presidenciais.
"Vejam o senhor José Serra
[presidenciável tucano" agora
aliado a Jader Barbalho", disse em
tom de ironia, referindo-se ao ex-presidente do Senado, que renunciou ao mandato para evitar a cassação.
Bem-humorado, Ciro afirmou
que não acredita em pesquisas
eleitorais a três meses das eleições
e que não pretende atacar seus adversários. "Sou um homem limpo. Não gosto de jogar na canela,
mas também sei jogar", afirmou.
O presidenciável até adaptou
palavras de Jesus para responder
ao candidato Anthony Garotinho
(PSB), que disse que sua proposta
de renegociação da dívida brasileira é calote. "Viro a outra face e
digo: Senhor, perdoe-o, ele não
sabe o que está dizendo."
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