São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Candidato diz não acreditar em pesquisas eleitorais a três meses da eleição e nega atacar adversários

Ciro diz que PFL vai influenciar programa

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) deixou claro ontem que o PFL não só vai participar de seu eventual governo como também influenciará na consolidação do programa. "As forças vitoriosas serão as forças de ocupação", afirmou Ciro Gomes.
"As forças que se reúnem para a batalha são aquelas que devem ter responsabilidade de por em prática o que propuseram à sociedade", completou, quando questionado sobre a influência do PFL em seu eventual governo.
Um dia depois de receber apoio do presidente nacional do partido, Jorge Bornhausen, em Uberaba (MG), e de três diretórios regionais -Minas, Goiás e Espírito Santo-, Ciro Gomes afirmou que não foi a presença de pefelistas no governo Fernando Henrique Cardoso que desvirtuou o programa do PSDB.
"O problema do governo Fernando Henrique não foi esse ou aquele partido. Foi a perda da hegemonia moral e intelectual do projeto no começo muito precoce do governo", disse.
Segundo Ciro Gomes, seu programa de governo está aberto a sugestões da sociedade e dos aliados, mas isso não quer dizer que todas as propostas serão aceitas.
Ontem, ele passou o dia em Brasília em reuniões com líderes da coligação PPS-PTB-PDT -entre eles, o presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR)-, assessores e políticos. Acertaram a inauguração do comitê de campanha na capital federal na próxima semana. O presidenciável recebeu o deputado Vilmar Rocha (PFL-GO), que foi declarar oficialmente seu apoio, e o senador Geraldo Althoff (PFL-SC).
Para Ciro, as eventuais contradições em alianças e divergências nos palanques estaduais são resultado de decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que vincularam as eleições e as alianças estaduais às presidenciais.
"Vejam o senhor José Serra [presidenciável tucano" agora aliado a Jader Barbalho", disse em tom de ironia, referindo-se ao ex-presidente do Senado, que renunciou ao mandato para evitar a cassação.
Bem-humorado, Ciro afirmou que não acredita em pesquisas eleitorais a três meses das eleições e que não pretende atacar seus adversários. "Sou um homem limpo. Não gosto de jogar na canela, mas também sei jogar", afirmou.
O presidenciável até adaptou palavras de Jesus para responder ao candidato Anthony Garotinho (PSB), que disse que sua proposta de renegociação da dívida brasileira é calote. "Viro a outra face e digo: Senhor, perdoe-o, ele não sabe o que está dizendo."



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