São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004

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FUNCIONALISMO

Entidades ainda dizem que aumento foi pequeno

Reajuste anunciado por Alckmin foi eleitoral, dizem sindicatos e PT

VIRGILIO ABRANCHES
DA REDAÇÃO

O reajuste concedido pelo governo de São Paulo ao funcionalismo público -anunciado na semana passada- foi uma "propaganda eleitoral". É o que dizem os principais sindicatos e o PT, partido de oposição ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Os sindicatos e a oposição também acusam Alckmin de não ter uma política salarial definida para os servidores. "Esse governo escolheu perto de outubro, está fazendo justamente devido às eleições. Eles não têm política salarial para o funcionalismo", disse o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Carlos de Castro.
"Quando falam de reajuste até 59% é propaganda. É isso que fica no imaginário das pessoas. Mas para nós não significa nada. É um reajuste de uma gratificação que já é pequena", disse a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado de São Paulo, Célia Regina Costa.
Na última segunda, Alckmin anunciou reajuste para o funcionalismo. Para a saúde não houve aumento no salário, e sim na GEA (Gratificação Especial de Atividade). Outro ponto para o qual os sindicatos chamaram a atenção foi o fato de os reajustes de salários não terem reposto a inflação no período entre o último aumento concedido pelo governo e o deste ano (veja quadro ao lado).
O líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Cândido Vacarezza, disse que o governo anunciou o reajuste agora como "propaganda". "Eu sou a favor do reajuste. Só precisamos ver como o Estado faz isso. O governo do Estado engana, diz que não pode dar um aumento maior por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas isso é mentira."
Já especialistas em finanças públicas ouvidos pela Folha defenderam o reajuste do governo Alckmin. Para o professor Juarez Rizzieri, da Faculdade de Economia e Administração da USP, o governo "está fazendo o que pode". "Esse aumento está sendo consistente. O governo está fazendo o que pode", declarou ele.
Na mesma linha vai Fábio Gallo Garcia, professor de finanças da PUC-SP e da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. "O governo Alckmin é muito controlado. Portanto, se ele deu reajuste, é o que ele podia dar e dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal."



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