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O QUE DIZ O RELATOR
Petista descarta ter divulgado informações
"Problema não é quebrar, é vazar"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da CPI Mista do Banestado, deputado José Mentor
(PT-SP), disse acreditar que o
problema da comissão não foi
ter quebrado coletivamente o
sigilo bancário, fiscal e telefônico de investigados, mas ter permitido o vazamento de dados
resultantes dessas quebras.
"O problema não é quebrar o
sigilo, é vazar o sigilo quebrado. E o relator não vaza sigilo,
vazar é crime", disse.
Mentor não citou diretamente, mas deu a entender que atribui ao presidente da comissão,
senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT), a autoria do vazamento de informações que serviram de munição para suspeitas de irregularidades fiscais
contra integrantes da área econômica do governo.
"Estou dizendo que os que
não queriam prorrogar [os trabalhos da CPI] estão achando
um jeito de antecipar o fim dela. (...) Vocês podem fazer essa
análise melhor do que eu:
quem se beneficia com o vazamento?", disse.
O deputado afirmou anteontem à Folha que Barros e Artur
Virgílio (AM), líder do PSDB
no Senado, queriam o fim da
CPI em junho.
Centro das atenções da CPI
desde a revelação das quebras
coletivas de sigilo, Mentor passou o dia de ontem em reuniões com as cúpulas governistas e de oposição no Congresso
e falou que apresenta hoje, na
comissão, os critérios que usou
para pedir as quebras de sigilo.
Ele voltou a repetir que a crise
pela qual passa a CPI tem motivações políticas.
Apesar de não detalhar os critérios que usou para justificar
as quebras de sigilo, afirmou
que a comissão não poderia
"pinçar" investigados.
"O relator fixa critérios e,
dentro dos critérios, investiga
todos. A maneira de investigar
não pode ser pinçando", disse.
(RANIER BRAGON)
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