São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin diz que vai estender "tapete vermelho" a caseiro

Tucano diz que governo Lula foi violento com Francenildo e promete fazer "os corruptos correrem" caso seja eleito

Fala carregada de ataques à gestão petista acontece no "início da fase mais quente e estressante" da campanha, segundo o ex-governador

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que, se vencer a eleição, estenderá "tapete vermelho" ao caseiro Francenildo Costa -autor das denúncias que culminaram na queda do ministro Antonio Palocci (Fazenda). Ele também atacou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que será "instrumento para acabar com cuecão, mensalão e sanguessuga".
A fala carregada de ataques à administração petista corresponde ao que Alckmin classificou de "início da fase mais quente e estressante" da campanha. Segundo o Datafolha, ele aparece 24 pontos percentuais atrás de Lula na disputa pelo Planalto.
"Quero ser o instrumento do povo para acabar com cuecão, mensalão, sanguessuga, vampiro. O meu governo não vai ser violento com o Francenildo, o caseiro pobre do Nordeste, que vive aqui em Brasília", disse o tucano, durante comício em Brasília. "Com o Francenildo vamos pôr um tapete vermelho, é um brasileiro honesto. Vamos fazer os corruptos todos correrem daqui."
O escândalo envolvendo o caseiro foi um dos momentos mais tensos da crise política que assolou a gestão Lula. Francenildo dos Santos Costa teve sua conta na Caixa Econômica Federal violada após afirmar que viu o então ministro da Fazenda em uma casa em Brasília freqüentada por lobistas. Palocci deixou o governo em seguida, assim como o então presidente do banco, Jorge Mattoso. A investigação segue em curso pela PF. Principal aliado de Alckmin, o PFL tem cobrado que o escândalo do caseiro seja explorado na TV, com imagens de seu depoimento na CPI dos Bingos.
Alckmin ainda reclamou de "aparelhamento do Estado", fez críticas à política econômica que, segundo ele, "apequenou o Brasil", e prometeu gerar emprego e renda.
Em seguida, tentou "colar" sua imagem à do ex-governador Joaquim Roriz (PMDB) e pediu ao público "cuidado com as pesquisas". Segundo o Ibope, Roriz tem 52% das intenções de voto para o Senado.
"Se dependesse de pesquisa, o governador de Brasília não teria sido três vezes o Roriz. A campanha começa depois do 7 de Setembro", disse, em comício com cerca de 2.000 pessoas.
No discurso, Alckmin evitou citar o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Na última quinta-feira, FHC divulgou uma carta na qual atacou Lula e criticou indiretamente o governo Alckmin, na questão da segurança em São Paulo.


Texto Anterior: Petista acelera inauguração de grandes obras
Próximo Texto: Ao comentar mensagem de FHC, Lembo diz que escrever cartas é "coisa de velho'
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.