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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin diz que vai estender "tapete vermelho" a caseiro
Tucano diz que governo Lula foi violento com Francenildo e promete fazer "os corruptos correrem" caso seja eleito
Fala carregada de ataques à gestão petista acontece no "início da fase mais quente e estressante" da campanha, segundo o ex-governador
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato à Presidência
Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que, se vencer a
eleição, estenderá "tapete vermelho" ao caseiro Francenildo
Costa -autor das denúncias
que culminaram na queda do
ministro Antonio Palocci (Fazenda). Ele também atacou o
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva dizendo que será "instrumento para acabar com cuecão,
mensalão e sanguessuga".
A fala carregada de ataques à
administração petista corresponde ao que Alckmin classificou de "início da fase mais
quente e estressante" da campanha. Segundo o Datafolha,
ele aparece 24 pontos percentuais atrás de Lula na disputa
pelo Planalto.
"Quero ser o instrumento do
povo para acabar com cuecão,
mensalão, sanguessuga, vampiro. O meu governo não vai ser
violento com o Francenildo, o
caseiro pobre do Nordeste, que
vive aqui em Brasília", disse o
tucano, durante comício em
Brasília. "Com o Francenildo
vamos pôr um tapete vermelho, é um brasileiro honesto.
Vamos fazer os corruptos todos
correrem daqui."
O escândalo envolvendo o caseiro foi um dos momentos
mais tensos da crise política
que assolou a gestão Lula.
Francenildo dos Santos Costa
teve sua conta na Caixa Econômica Federal violada após afirmar que viu o então ministro da
Fazenda em uma casa em Brasília freqüentada por lobistas.
Palocci deixou o governo em
seguida, assim como o então
presidente do banco, Jorge
Mattoso. A investigação segue
em curso pela PF. Principal
aliado de Alckmin, o PFL tem
cobrado que o escândalo do caseiro seja explorado na TV, com
imagens de seu depoimento na
CPI dos Bingos.
Alckmin ainda reclamou de
"aparelhamento do Estado",
fez críticas à política econômica que, segundo ele, "apequenou o Brasil", e prometeu gerar
emprego e renda.
Em seguida, tentou "colar"
sua imagem à do ex-governador Joaquim Roriz (PMDB) e
pediu ao público "cuidado com
as pesquisas". Segundo o Ibope,
Roriz tem 52% das intenções
de voto para o Senado.
"Se dependesse de pesquisa,
o governador de Brasília não teria sido três vezes o Roriz. A
campanha começa depois do 7
de Setembro", disse, em comício com cerca de 2.000 pessoas.
No discurso, Alckmin evitou
citar o nome do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002). Na última quinta-feira, FHC divulgou uma carta
na qual atacou Lula e criticou
indiretamente o governo Alckmin, na questão da segurança
em São Paulo.
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