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Ao comentar mensagem de FHC, Lembo diz que escrever cartas é "coisa de velho'
DA FOLHA ONLINE
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), voltou a
comentar ontem o conteúdo da
carta aberta do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
destinada aos eleitores do
PSDB e publicada no site da sigla na última quinta-feira.
"A carta é muito feliz quando
fala da segurança pública de
São Paulo, mas acho que carta é
uma coisa que já não se usa
atualmente no país. As missivas foram antes da internet.
Mas se tem gente que gosta...",
disse ele.
Durante visita ao complexo
Tatuapé da Febem (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor), na zona leste de SP, Lembo foi questionado sobre o que
havia achado do conteúdo do
texto. Ele relutou a comentar o
assunto, a não ser no tocante à
segurança. "O restante é assunto partidário", justificou.
Ao final, porém, ironizou: "As
pessoas na minha idade, na idade dele ainda escrevem cartas.
Quando eu deixar o governo,
escrevo uma carta também, já
que sou velho".
Na carta, FHC criticou o
PSDB por ter "tapado o sol com
a peneira" no caso de uso de
caixa dois pelo senador Eduardo Azeredo.
Tucanos
Enquanto dirigentes tucanos
ainda tentam entender os reais
objetivos e significados da carta
de FHC, aliados do ex-presidente insistem que a intenção
era levar o partido a crer que
ainda há chance de segundo
turno, e não rifar a candidatura
de Alckmin à Presidência.
Na mensagem, Fernando
Henrique aponta que faltou firmeza ao PSDB para denunciar
esquemas de corrupção do governo Lula e insinua que, agora,
pode ser tarde.
"Não será agora, durante a
campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não
calar", diz ele na carta.
"O Fernando tem toda razão:
há um encantamento nesta
campanha [do Lula] que precisa ser quebrado", afirmou o vereador José Aníbal (PSDB-SP),
um dos coordenadores da campanha de Alckmin. Segundo
ele, o ex-presidente tem trabalhado muito em articulações
políticas a favor de Alckmin.
Para Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), ex-líder do governo FHC na Câmara, a carta é
um apelo por uma reflexão sobre "as obrigações de campanha e os deveres do PSDB".
"Foi para sacolejar a militância.
Nosso papel, agora, é aumentar
a diferença entre Alckmin e Lula em São Paulo", definiu ele.
Para ele, FHC faz críticas que
devem ser admitidas "com
franqueza e honestidade".
(MALU DELGADO)
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