São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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Ao comentar mensagem de FHC, Lembo diz que escrever cartas é "coisa de velho'

DA FOLHA ONLINE

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), voltou a comentar ontem o conteúdo da carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso destinada aos eleitores do PSDB e publicada no site da sigla na última quinta-feira.
"A carta é muito feliz quando fala da segurança pública de São Paulo, mas acho que carta é uma coisa que já não se usa atualmente no país. As missivas foram antes da internet. Mas se tem gente que gosta...", disse ele.
Durante visita ao complexo Tatuapé da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), na zona leste de SP, Lembo foi questionado sobre o que havia achado do conteúdo do texto. Ele relutou a comentar o assunto, a não ser no tocante à segurança. "O restante é assunto partidário", justificou.
Ao final, porém, ironizou: "As pessoas na minha idade, na idade dele ainda escrevem cartas. Quando eu deixar o governo, escrevo uma carta também, já que sou velho".
Na carta, FHC criticou o PSDB por ter "tapado o sol com a peneira" no caso de uso de caixa dois pelo senador Eduardo Azeredo.

Tucanos
Enquanto dirigentes tucanos ainda tentam entender os reais objetivos e significados da carta de FHC, aliados do ex-presidente insistem que a intenção era levar o partido a crer que ainda há chance de segundo turno, e não rifar a candidatura de Alckmin à Presidência.
Na mensagem, Fernando Henrique aponta que faltou firmeza ao PSDB para denunciar esquemas de corrupção do governo Lula e insinua que, agora, pode ser tarde.
"Não será agora, durante a campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não calar", diz ele na carta.
"O Fernando tem toda razão: há um encantamento nesta campanha [do Lula] que precisa ser quebrado", afirmou o vereador José Aníbal (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha de Alckmin. Segundo ele, o ex-presidente tem trabalhado muito em articulações políticas a favor de Alckmin.
Para Arnaldo Madeira (PSDB-SP), ex-líder do governo FHC na Câmara, a carta é um apelo por uma reflexão sobre "as obrigações de campanha e os deveres do PSDB". "Foi para sacolejar a militância. Nosso papel, agora, é aumentar a diferença entre Alckmin e Lula em São Paulo", definiu ele.
Para ele, FHC faz críticas que devem ser admitidas "com franqueza e honestidade". (MALU DELGADO)

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