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Para aliados de FHC, carta é aposta de que haverá 2º turno
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto dirigentes tucanos
ainda tentam entender os reais
objetivos e significados da carta
de Fernando Henrique Cardoso a "militantes, simpatizantes
e eleitores do PSDB", aliados do
ex-presidente insistem na avaliação de que a intenção era levar o partido a crer que ainda
há chance de segundo turno, e
não rifar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência,
como muitos interpretaram.
Para interlocutores de FHC,
a fala do ex-presidente foi mais
para consumo externo do que
interno. Na carta, porém, Fernando Henrique aponta que
faltou firmeza ao PSDB para
denunciar esquemas de corrupção do governo Lula e insinua que, agora, pode ser tarde.
"Não será agora, durante a
campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não
calar", diz ele na carta.
"O Fernando tem toda razão:
há um encantamento nesta
campanha [do Lula] que precisa ser quebrado", afirmou o vereador José Aníbal (PSDB-SP),
um dos coordenadores da campanha de Alckmin. Segundo
ele, o ex-presidente tem trabalhado muito em articulações
políticas a favor de Alckmin.
"Fernando Henrique não jogou a toalha. O Geraldo subiu
cinco pontos [no Ibope] em 11
dias. Temos mais três semanas", argumentou Aníbal.
Um aspecto da carta que deu
munição ao PT foi a preocupação de FHC em apresentar como positivas as ações de seus
oito anos de governo, uma defesa que não tem sido tão enfática
nas campanhas tucanas.
Para Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), ex-líder do governo FHC na Câmara, a carta é
um apelo por uma reflexão sobre o momento político, "as
obrigações de campanha e os
deveres do PSDB". "Foi para
sacolejar a militância. Nosso
papel, agora, é aumentar a diferença entre Alckmin e Lula em
São Paulo", definiu Madeira.
Para ele, FHC, como principal formulador de idéias do
PSDB, faz críticas que devem
ser admitidas "com franqueza e
honestidade". "As interpretações são livres."
(MALU DELGADO)
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