São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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Para aliados de FHC, carta é aposta de que haverá 2º turno

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto dirigentes tucanos ainda tentam entender os reais objetivos e significados da carta de Fernando Henrique Cardoso a "militantes, simpatizantes e eleitores do PSDB", aliados do ex-presidente insistem na avaliação de que a intenção era levar o partido a crer que ainda há chance de segundo turno, e não rifar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, como muitos interpretaram.
Para interlocutores de FHC, a fala do ex-presidente foi mais para consumo externo do que interno. Na carta, porém, Fernando Henrique aponta que faltou firmeza ao PSDB para denunciar esquemas de corrupção do governo Lula e insinua que, agora, pode ser tarde.
"Não será agora, durante a campanha eleitoral, que conseguiremos despertar a população. Mas, para nos diferenciarmos da podridão reinante, temos a obrigação moral de não calar", diz ele na carta.
"O Fernando tem toda razão: há um encantamento nesta campanha [do Lula] que precisa ser quebrado", afirmou o vereador José Aníbal (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha de Alckmin. Segundo ele, o ex-presidente tem trabalhado muito em articulações políticas a favor de Alckmin.
"Fernando Henrique não jogou a toalha. O Geraldo subiu cinco pontos [no Ibope] em 11 dias. Temos mais três semanas", argumentou Aníbal.
Um aspecto da carta que deu munição ao PT foi a preocupação de FHC em apresentar como positivas as ações de seus oito anos de governo, uma defesa que não tem sido tão enfática nas campanhas tucanas.
Para Arnaldo Madeira (PSDB-SP), ex-líder do governo FHC na Câmara, a carta é um apelo por uma reflexão sobre o momento político, "as obrigações de campanha e os deveres do PSDB". "Foi para sacolejar a militância. Nosso papel, agora, é aumentar a diferença entre Alckmin e Lula em São Paulo", definiu Madeira.
Para ele, FHC, como principal formulador de idéias do PSDB, faz críticas que devem ser admitidas "com franqueza e honestidade". "As interpretações são livres." (MALU DELGADO)


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