São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Kassab dobra subsídio ao setor de transporte

Crescimento foi em julho e agosto; aporte de recursos na área permite à administração evitar aumentos na tarifa de ônibus

Kassab, Marta e Alckmin afirmaram em meados de agosto que não irão reajustar tarifa em eventual primeiro ano de mandato


FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em julho e agosto, meses iniciais do período eleitoral, a Prefeitura de São Paulo quase dobrou o valor mensal de subsídios ao setor de transporte público, na comparação com a média do primeiro semestre deste ano. O aporte de recursos é uma das medidas que permite à administração evitar aumentos na tarifa de ônibus.
O incremento nos repasses nos últimos meses fez com que a previsão orçamentária de investimento em subsídios para o ano de 2008, no valor de R$ 350 milhões, fosse ultrapassada já no início deste semestre.
Para cobrir as contas do setor, a gestão Gilberto Kassab (DEM) teve que remanejar recursos. Ontem foi publicada no "Diário Oficial da Cidade" a transferência de R$ 90 milhões dos cofres municipais para investimento nos subsídios. No final de agosto, um aporte de R$ 30 milhões com o mesmo fim já havia sido oficializado pela gestão. Os recursos foram tirados da previsão de superávit financeiro da prefeitura.
Kassab e os outros líderes na disputa pela prefeitura, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), disseram à Folha em agosto que não vão reajustar a tarifa em um eventual primeiro ano de mandato.
Porém, técnicos da SPTrans (empresa municipal responsável pelo transporte público) avaliam que a atual situação das contas do setor é motivo de preocupação interna e deverá ocorrer um reajuste da tarifa dos ônibus, hoje de R$ 2,30, após as eleições de outubro.
Oficialmente a prefeitura nega a existência de tal cenário.
A quantidade de subvenções para bancar a diferença entre as receitas e as despesas do transporte coletivo atingiu patamares recordes na década.
A mudança na estimativa de subsídios ocorreu semanas após Kassab ampliar o uso do bilhete único de duas para três horas e negar impacto negativo nas contas. Ao contrário, disse que haveria uma economia anual superior a R$ 200 milhões a partir do combate a fraudes e revisões contratuais.
Mantida a atual média mensal, as subvenções ao transporte coletivo, no final do ano, devem superar R$ 550 milhões.
Um termômetro da elevação dos custos é a explosão nos repasses. Em julho, a prefeitura teve que injetar R$ 86 milhões para pagar as empresas de ônibus e os perueiros. Em agosto, o aporte foi de R$ 70 milhões. A média mensal de subsídios até junho atingia R$ 40 milhões, 50% acima do patamar do mesmo período de 2007.

Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Transportes disse que o remanejamento de R$ 90 milhões publicado ontem será utilizado para investir em subsídios em setembro e outubro- R$ 45 milhões em cada um dos meses.
A secretaria reafirmou que os recursos para custear a ampliação do horário do Bilhete Único saíram "exclusivamente da economia feita com as ações de combate às fraudes".


Colaboraram ROGERIO PAGNAN e ALENCAR IZIDORO , da Reportagem Local


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