DO ENVIADO ESPECIAL

Por recomendação dos marqueteiros que comandam a sua campanha de pré-candidata à Presidência, Roseana Sarney (PFL), 48, lançou, sete anos depois da posse, um pacote de combate à exclusão e à miséria.
A Política Estadual de Assistência Social, batismo burocrático do pacote, tem como objetivo mostrar que a governadora está preocupada com os mais pobres.
"Não adianta tentar tapar um buraco, resolver uma mazela da oligarquia com uma peça publicitária criada do dia para a noite", atacou o deputado estadual Aderson Lago, do PSDB, partido que faz oposição a Roseana no Estado, embora mantenha-se coligado com o PFL no resto do país.
O índice que mais incomoda o governo faz parte do "Mapa da Fome", um documento da Fundação Getúlio Vargas, do Rio: 63,37% das pessoas no Estado vivem com até R$ 80 por mês.
Essa taxa que indicaria o tamanho da miséria maranhense cresceu 37% de 1992 (Roseana iniciou o primeiro mandato em 95) até o ano passado, embora tenha sido reduzida nacionalmente em cerca de 22%. Para tentar mostrar que os indicadores de renda não representam um cenário de miséria, Roseana encomendou uma pesquisa ao Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas.
O economista Ricardo Paes de Barros, que coordena a pesquisa, disse que as famílias que vivem em condições miseráveis devem ficar na faixa de 40%. "Esse dado acima de 60% é grosseiramente exagerado", critica. (XS)


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