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Delegado será agraciado ou punido, diz Tarso
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Em visita ontem ao Rio, o ministro Tarso Genro (Justiça)
apontou dois cenários para o
futuro do delegado federal Protógenes Queiroz, após apuração da Corregedoria da Polícia
Federal sobre a Operação Satiagraha: ou ele será "homenageado" ou responderá na Justiça por ilegalidades cometidas
durante o inquérito.
"Se, no final do inquérito, o
delegado Protógenes não tiver
contas a ajustar, ele será até homenageado, porque foi feita
uma revisão no seu trabalho e
não se encontrou nada. Sairá
fortalecido. Se cometeu [erros],
vai responder perante a Justiça", disse o ministro.
Tarso procurou mostrar confiança sobre o desenrolar do inquérito da Operação Satiagraha, que está agora sob responsabilidade de outra equipe de
agentes da PF. Ele afirmou que
as ilegalidades supostamente
cometidas por Protógenes não
inviabilizariam a condenação
dos suspeitos do caso.
"A equipe que está fazendo
essa investigação está funcionando muito bem, dentro da legalidade, e apresentará um inquérito precioso para o Judiciário. Ela está trabalhando em
silêncio, discretamente, fazendo e refazendo todo o levantamento", disse Tarso.
O ministro defendeu ainda as
buscas feitas na casa de Protógenes e afirmou que críticas às
ações da PF são dirigidas, na
realidade, ao Poder Judiciário.
"Quando se faz uma crítica
de uma busca que a PF fez, essa
crítica é feita a uma determinação do Poder Judiciário. A Polícia Federal não inventa buscas
nem faz escutas telefônicas por
sua iniciativa", afirmou.
Tarso esteve com o superintendente da PF no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, que aceitou o convite para assumir a
corregedoria do órgão.
Caetano será o novo corregedor-geral da PF a partir de dezembro. Ele vai substituir José
Ivan Guimarães Lobato, que
termina no próximo mês o
mandato de três anos.
A corregedoria é a responsável pela condução do inquérito
que apura o vazamento de dados da Operação Satiagraha.
Segundo a Polícia Federal, a
troca já estava programada e
em nada altera a investigação,
que é conduzida, em São Paulo,
pelo delegado Amaro Vieira
Ferreira.
Caetano chefia a PF no Rio
desde agosto do ano passado,
quando foi indicado ao cargo
por Paulo Lacerda, ex-chefe da
Polícia Federal, que deixaria o
órgão no mês seguinte.
Tarso afirmou que não abordou na conversa com Caetano
as investigações sobre o delegado Protógenes.
Colaborou LUCAS FERRAZ ,
da Sucursal de Brasília
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