São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Delegado será agraciado ou punido, diz Tarso

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Em visita ontem ao Rio, o ministro Tarso Genro (Justiça) apontou dois cenários para o futuro do delegado federal Protógenes Queiroz, após apuração da Corregedoria da Polícia Federal sobre a Operação Satiagraha: ou ele será "homenageado" ou responderá na Justiça por ilegalidades cometidas durante o inquérito.
"Se, no final do inquérito, o delegado Protógenes não tiver contas a ajustar, ele será até homenageado, porque foi feita uma revisão no seu trabalho e não se encontrou nada. Sairá fortalecido. Se cometeu [erros], vai responder perante a Justiça", disse o ministro.
Tarso procurou mostrar confiança sobre o desenrolar do inquérito da Operação Satiagraha, que está agora sob responsabilidade de outra equipe de agentes da PF. Ele afirmou que as ilegalidades supostamente cometidas por Protógenes não inviabilizariam a condenação dos suspeitos do caso.
"A equipe que está fazendo essa investigação está funcionando muito bem, dentro da legalidade, e apresentará um inquérito precioso para o Judiciário. Ela está trabalhando em silêncio, discretamente, fazendo e refazendo todo o levantamento", disse Tarso.
O ministro defendeu ainda as buscas feitas na casa de Protógenes e afirmou que críticas às ações da PF são dirigidas, na realidade, ao Poder Judiciário.
"Quando se faz uma crítica de uma busca que a PF fez, essa crítica é feita a uma determinação do Poder Judiciário. A Polícia Federal não inventa buscas nem faz escutas telefônicas por sua iniciativa", afirmou.
Tarso esteve com o superintendente da PF no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, que aceitou o convite para assumir a corregedoria do órgão. Caetano será o novo corregedor-geral da PF a partir de dezembro. Ele vai substituir José Ivan Guimarães Lobato, que termina no próximo mês o mandato de três anos.
A corregedoria é a responsável pela condução do inquérito que apura o vazamento de dados da Operação Satiagraha. Segundo a Polícia Federal, a troca já estava programada e em nada altera a investigação, que é conduzida, em São Paulo, pelo delegado Amaro Vieira Ferreira.
Caetano chefia a PF no Rio desde agosto do ano passado, quando foi indicado ao cargo por Paulo Lacerda, ex-chefe da Polícia Federal, que deixaria o órgão no mês seguinte.
Tarso afirmou que não abordou na conversa com Caetano as investigações sobre o delegado Protógenes.


Colaborou LUCAS FERRAZ , da Sucursal de Brasília


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