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Protógenes afirma que não violou sigilos para a imprensa
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz negou
ontem, por telefone, que tenha
cometido ilegalidades ou promovido o vazamento, para a
imprensa, de dados da Operação Satiagraha, que investigou
o banqueiro Daniel Dantas e o
grupo Opportunity. O delegado
disse que "já esperava" as conclusões contidas no relatório
preliminar do delegado da Corregedoria da PF em Brasília
Amaro Vieira Ferreira, divulgadas ontem pelos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo".
"Eu sabia desde o início,
quando abriram a investigação,
que iriam me acusar. Coincidentemente, a investigação foi
aberta depois que eu representei contra a cúpula da Polícia
Federal, na Justiça Federal e na
Procuradoria da República, as
denúncias sobre as condições
de trabalho que enfrentei durante a Satiagraha", afirmou o
delegado.
Protógenes estava ontem em
Zurique, na Suíça, onde participará, até o dia 14, como convidado da Fifa e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
de evento promovido para discutir a segurança em estádios
de futebol no mundo. Protógenes presidiu inquéritos da PF
que investigaram a parceria do
Corinthians com a MSI e a chamada "máfia do apito", em que
um juiz de futebol foi acusado
de vender resultados.
Protógenes rebateu a alegação, contida no relatório de
Amaro, de que tenha cometido
violações legais. "Tudo picaretagem. Não houve violação de
sigilo. Eles é que violaram o sigilo. Tudo que eu fiz tinha autorização", disse o delegado.
Na semana passada, a Folha
divulgou que o delegado Amaro, ao investigar os procedimentos de Protógenes, quebrou sigilo telefônico de policiais e jornalistas supostamente sem ordem judicial. Em nota
oficial, a direção geral da PF
negou quaisquer irregularidades e defendeu Amaro.
"Pelo que já sei, houve abusos", disse Protógenes, que
constituiu advogado para tentar obter cópias do inquérito
policial. "Estou coletando dados para ver que medida tomar", disse. Na semana passada, em entrevista num hotel
em São Paulo, o delegado havia
dito que os policiais que fizeram buscas e apreensões no
quarto em que estava hospedado não lhe apresentaram a cópia da ordem expedida pelo
juiz federal Ali Mazloum.
O delegado também questionou as dúvidas manifestadas
pela Corregedoria da PF sobre
os gastos realizados ao longo da
Satiagraha. Para ele, as despesas -que incluíram o pagamento de informantes ou colaboradores da PF, prática, segundo ele, prevista em lei-
comprovarão que a PF não lhe
deu a estrutura adequada para
as investigações, fazendo com
que ele buscasse apoio em outras fontes.
Em outras oportunidades,
como no depoimento que prestou à CPI do Grampo, em Brasília, Protógenes disse que a
participação de funcionários
da Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) na Satiagraha é
respaldada em lei federal que
criou o Sisbin (Sistema Brasileira de Inteligência).
(RV)
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