São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

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MST promete "infernizar" a vida do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto a gestão petista sinaliza que pela primeira vez cumprirá a meta anual de assentamentos, o MST desdenha o número de beneficiados e promete "infernizar" a vida do governo em 2006, quando o presidente Lula deve disputar mais quatro anos de mandato.
"Com certeza nós vamos infernizar a vida do governo no ano que vem. Queremos que o governo assente todas as nossas famílias acampadas [cerca de 120 mil]", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
Segundo ele, a questão eleitoral não preocupa o movimento: "Se ele cumprir a meta e assentar os acampados não haverá motivo para atrapalharmos o presidente Lula. Agora, se não cumprir, ele [Lula] será sempre prejudicado com mobilizações dos sem-terra. O MST não vai parar suas mobilizações para não prejudicar o Lula. Essa é a moeda de troca".
A meta do governo até dezembro é assentar 115 mil famílias. Em 23 de novembro, o número de famílias beneficiadas estava em 72,3 mil, restando cerca de 43 mil num prazo de 40 dias. "Estamos otimistas para cumprir a meta de 115 mil até o final do ano", disse Rolf Hackbart, presidente do Incra.
Já o MST, ao ver famílias de outros movimentos serem beneficiadas, ataca a política de metas e exige que seus acampados sejam assentados. "Fazem a reforma agrária na Amazônia, sendo que os acampados estão nas outras regiões do país", disse Rodrigues. Em 2005, no máximo 15 mil famílias do MST serão atendidas.


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