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GOVERNO
Tucano declara que, enquanto não disser o contrário, titular do Ministério da Defesa permanece no cargo
Presidente evita confirmar demissão
da Reportagem Local
O presidente Fernando Henrique Cardoso recusou-se a confirmar ou negar diretamente a saída
do ministro da Defesa, Elcio Alvares. Ao chegar em feira ontem pela manhã em São Paulo, FHC foi
questionado por jornalistas sobre
o futuro do ministro. A resposta
foi curta: "Isso não é matéria para
ser discutida aqui. Ministro meu,
enquanto eu não disser que não é,
é ministro e tem todo o meu
apoio".
A permanência de Alvares no
ministério está abalada desde a
decisão da CPI do Narcotráfico de
investigar sua assessora especial,
Solange Antunes Resende, já demitida. O caso terminou provocando também a exoneração do
comandante da Aeronáutica, brigadeiro Walter Bräuer, por seus
comentários sobre o assunto,
classificados pelo Palácio do Planalto como insubordinação. O
episódio abriu uma crise na Aeronáutica e expôs a fragilidade do
ministro no exercício do cargo.
Desavenças
Na rápida entrevista, FHC procurou minimizar as desavenças
políticas entre ele e o presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Na segunda-feira, ACM disse
que ele e o presidente "se amavam". Fernando Henrique afirmou que há "exploração" sobre
as relações entre eles.
"Você acha que o presidente da
República vai disputar espaço?
Não tem sentido isso. Há exploração nessa matéria", disse o presidente, respondendo sobre a suposta disputa entre ele e ACM.
FHC ressaltou o comportamento de ACM no Congresso em favor do governo e admitiu haver
diferenças de estilo entre ambos.
"Eu já disse que o senador Antonio Carlos tem ajudado sempre o
governo nas votações, que é o que
eu espero dele."
"O senador Antonio Carlos tem
um estilo de política, eu tenho outro, o que não impede que estejamos, numa matéria de importância para o Brasil, trabalhando em
conjunto." E concluiu: "Atribuem
a mim iras a todo instante. Ainda
bem que às vezes atribuem também bom humor".
Paralisia
Fernando Henrique afirmou
que o governo fará um grande esforço pela aprovação da emenda
constitucional que cria a DRU
(Desvinculação da Receita da
União), substituta do FEF (Fundo
de Estabilização Fiscal). O projeto
está na pauta da Câmara. Segundo ele, sem a medida várias obras
serão paralisadas (leia na pág. 1-12).
"Se não houver essa desvinculação, não há aprovação do Orçamento. Não havendo aprovação
do Orçamento, nós temos uma
paralisação de obras, uma paralisação de muita coisa importante,
inclusive no que diz respeito ao
compromisso nosso que é o ressarcimento de parte da Lei Kandir
(que isenta do pagamento de
ICMS produtos de exportação)",
disse, ao lado dos governadores
Mário Covas (SP) e Olívio Dutra
(RS), dois críticos da Lei Kandir.
No final, o presidente ironizou o
nome do novo fundo. "Agora
chama-se DRU. É cada nome que
custa a entender a que se refere."
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