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Extraordinária sai após pressão de senadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Prevista para começar no próximo dia 19, a convocação extraordinária do Congresso foi
confirmada pelo ministro da Casa
Civil, José Dirceu, mas sua pauta
ainda não foi definida.
Os trabalhos em janeiro já tinham sido descartados por Dirceu, mas o governo voltou atrás
devido à pressão dos senadores.
Eles cobraram do governo o compromisso de aprovar rapidamente a chamada "PEC paralela", proposta de emenda constitucional
que atenua os efeitos da reforma
da Previdência sobre o funcionalismo público. A pressão veio sobretudo do PT e do PMDB.
Além do acordo em torno da
"PEC paralela", que permitiu a
aprovação da reforma da Previdência no Senado, era considerado difícil o governo recuar e não
haver a convocação porque seu
anúncio, feito pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), no final do ano passado, permitiu a prorrogação da alíquota de 27,5% do Imposto de
Renda. A oposição no Senado
ameaçava não votar esse projeto,
o que resultaria em uma perda de
arrecadação de cerca de R$ 3 bilhões para o governo neste ano.
Na Câmara, a resistência parte
do próprio presidente, deputado
João Paulo Cunha (PT-SP). Houve um mal-estar no final do ano
passado quando ele classificou a
convocação de "escândalo" e afirmou que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva estava "errado".
Para João Paulo, os trabalhos
em janeiro serão "inócuos", já
que não haverá, segundo ele, tempo hábil para aprovar a "PEC paralela" no período, que vai até 15
de fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar. Os senadores
argumentam que pelo menos a
convocação servirá para contar o
prazo regimental que é necessário
para que a matéria seja votada no
plenário.
Além da "PEC paralela" devem
estar na pauta, segundo anúncio
de Dirceu na semana passada, o
novo modelo para o setor elétrico,
as Parcerias Público-Privadas, a
nova legislação das agências reguladoras e a Lei de Falências. A
pauta precisa ser aprovada pelo
presidente Lula.
(Fernanda Krakovics)
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