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Acordo com o governo faz ex-presidente atuar para restringir investigações da CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Classificado pela cúpula tucana como "precipitado", o
acordo do deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP) com o governo na eventual CPI dos Cartões Corporativos mobilizou
ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e auxiliares numa varredura de dados,
seguida de articulações para
tentar barrar investigações das
chamadas contas "tipo B" -depósitos em conta de servidores
sacados em dinheiro com apresentação posterior de notas.
Irritado com a ampliação do
foco da CPI, FHC questionou
os líderes do partido no Congresso sobre a atuação de Sampaio e cobrou dos senadores interferência nas negociações
com o líder do governo na Casa,
Romero Jucá (PMDB-RR).
À tarde, o presidente do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), reuniu-se com o secretário de Organização do partido,
Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência na gestão
FHC. Jorge ficou encarregado
de coletar dados sobre o período e checar que tipo de documentação estaria arquivada,
assim como o acesso a ela.
Os tucanos também reclamaram da contra-ofensiva do PT
aos cartões do governo José
Serra (PSDB-SP). "Esse negócio de remeter a São Paulo é sacanagem pura", disse Guerra.
No Congresso, Guerra e o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), avaliaram
que recuar na criação da CPI
agora geraria custo político e
que não teria o apoio do DEM.
Consultado, FHC disse que só
concordava com a CPI caso o
requerimento fosse taxativo
em dizer que os cartões corporativos foram "instituídos" em
2001, no final de sua gestão.
O assunto voltará a ser debatido em almoço dos integrantes
da Executiva Nacional do partido amanhã, em Brasília.
O ex-presidente também enviou fax e documentos destinados a rebater informações de
que um dos seus seguranças em
São Paulo, Eduardo Sacillotto,
teria abusado do cartão. Governistas na Câmara acusaram o
segurança de ter abastecido o
carro que escolta o ex-presidente mais de uma vez na mesma data num posto na capital.
FHC enviou documentos
que atestariam se tratar de dois
carros, um Ômega e um Marea,
e contestou duas datas lançadas no Portal da Transparência, da CGU -11 de abril de
2005 e 6 de agosto de 2007.
No final do dia, Guerra chamou Sampaio para uma reunião. Após o encontro, Sampaio
negou ter sido advertido.
(SILVIO NAVARRO)
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