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Lula busca pacto com PSDB e evita pressão da base
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao investir num acordo
com a oposição para realizar
uma CPI mista dos cartões
corporativos, o governo Luiz
Inácio Lula da Silva fez um
aceno de paz para o PSDB,
segundo apurou a Folha. Lula sinalizou que não interessaria aos petistas nem aos
tucanos entrar de novo em
guerra total no Congresso,
como na batalha da CPMF.
Lula avaliou que seria alto
o custo de abafar uma CPI
mista. Deputados da base de
sustentação do governo costumam usar as oportunidades de CPI para ameaçar assinar o requerimento e obter
cargos ou verbas para não
dar gás à investigação.
Na opinião do governo, a
repercussão pública do caso
torna inevitável uma CPI.
Nesse cenário, melhor tentar um acordo com a oposição que ficar brigando com
PSDB e DEM no Senado para ver quem instala primeiro
uma CPI apenas desta Casa.
O governo mudou de posição após o Carnaval. Antes
contrário a qualquer CPI,
decidiu investir numa apuração somente no Senado,
estender a investigação ao
governo FHC e envolver no
imbróglio os tucanos José
Serra (SP) e Aécio Neves.
Foi uma decisão para mostrar ao PSDB que o governo
não seria acuado. No Planalto dá-se como perdida qualquer chance de acordo com o
DEM, partido de linha oposicionista mais radical. Agora
seria a hora de buscar alguma distensão com o PSDB.
Daí o acordo para aceitar a
CPI mista, como quer a oposição, e definir limites na investigação para poupar as famílias de Lula e de FHC. Havendo distensão em Brasília,
Lula estimularia o PT paulista a suavizar com Serra.
Ao retornar ontem de nove dias de folga, Lula comemorou a articulação do governo no caso em reunião
com os ministros da coordenação política: ele avalia que
o Planalto deu um "nó" na
oposição ao ter se antecipado ao pedido de criação de
uma CPI e ter incluído a gestão FHC na investigação.
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