DA FOLHA RIBEIRÃO

A Leão Leão afirmou ontem que a funcionária Fernanda Raphael Borges equivocou-se no depoimento dado ao Ministério Público e que o dinheiro enviado não era para campanha educativa sobre coleta seletiva, mas uma caridade para uma funcionária do Daerp.
Essa nova versão, exatos 30 dias depois do depoimento à Promotoria, foi dada após o questionamento da Folha sobre as afirmações do empresário Carlos Alberto Ferreira Leão -de que não existia oficialmente repasse de dinheiro.
"A Fernanda reconhece que errou ao declarar que o dinheiro colocado no envelope era para pagar material gráfico para o projeto Lixo Útil. O dinheiro, segundo ela, era do próprio Wilney, e se destinava a uma funcionária do Daerp que não tinha, naquele momento, condições de bancar a mensalidade de uma creche para a filha", diz nota da assessoria da Leão.
A nota diz que o pedido de ajuda foi feito pela ex-superintendente do Daerp Isabel Bordini "ao próprio Wilney, que colaborou com a quantia durante quatro meses": "Pressionada e nervosa [no depoimento] por uma situação nunca vivida, ela [Fernanda] respondeu o que está no depoimento".
A assessoria informou que só Bordini poderia informar os nomes da funcionária e da creche, que supostamente cobrava R$ 300 por mês. A versão da Leão se encaixa numa outra gravação em posse do Ministério Público, em que Bordini conversa com um ex-funcionário da Leão e reclama que R$ 300 não haviam sido enviados.
Em entrevista anterior, Bordini disse não se recordar desse diálogo. Anteontem, ela não respondeu à mensagem enviada pela Folha. O advogado de Wilney Barquete, Renato Martins, disse não poder se manifestar sobre o tema porque não teve acesso ao diálogo. Ele negou a participação do seu cliente em esquema de corrupção.
O ex-prefeito Antonio Palocci Filho foi procurado por meio da assessoria do Ministério da Fazenda, mas não respondeu à reportagem. O ex-prefeito Gilberto Maggioni, procurado durante três dias consecutivos, não atendeu à reportagem.


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