São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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Promotora de eventos é acusada de extorsão

DA REDAÇÃO

A promotora de festas Jeany Mary Corner teria procurado assessores do ministro Antonio Palocci (Fazenda) e pedido dinheiro para não denunciar atos de corrupção, segundo reportagem publicada ontem pela revista "Veja".
Jeany Mary Corner foi apontada como suposta agenciadora de "recepcionistas" para festas em Brasília -algumas das quais teriam ocorrido em uma casa alugada por ex-assessores do ministro.
De acordo com a revista, garotas agenciadas por ela seriam responsáveis por distribuir um pagamento de R$ 50 mil a políticos na capital federal. Ao menos oito deputados teriam recebido a quantia. As garotas rodavam Brasília de carro, promovendo a entrega do dinheiro. Em 2003, essa operação teria ocorrido cinco vezes.
A reportagem afirma ainda que o operador deste "mensalão" seria o advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto. Buratti nega a acusação.
Sempre de acordo com a revista, interlocutores da promotora teriam procurado Ademirson Silva, assessor especial de Palocci, e Juscelino Dourado, ex-chefe-de-gabinete do ministro, pedindo dinheiro para não falar o que sabia.
A reportagem afirma que Jeany chegou a receber R$ 50 mil para silenciar sobre o suposto esquema. Não se sabe quem teria entregue o dinheiro. Uma das versões apresentadas é que o pagamento teria sido efetuado por Feres Sabino, ex-secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de Ribeirão Preto. Ele nega a informação.
Familiares da promotora de eventos disseram ontem que ela estava descansando no litoral do Ceará e não iria comentar a reportagem publicada, mas negaram as informações publicadas. Até o fechamento desta edição, a Folha não havia localizado Jeany.
No ano passado, Jeany ficou conhecida por organizar festas supostamente bancadas pelo publicitário Marcos Valério de Souza, para políticos em Brasília. Ela sempre negou, com firmeza, que agenciasse garotas de programa.
Parlamentares chegaram a cogitar convocá-la para a CPI, mas a idéia foi abortada.


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