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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Garotinho faz comício em Campos
e chama presidente de "desgraçado"
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)
Pré-candidato do PMDB à Presidência da República, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho chamou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) de "desgraçado" em comício realizado
em sua cidade natal, Campos (280
km ao norte do Rio), na noite de
anteontem. O presidente Lula estava ontem no Chile para acompanhar a cerimônia de posse da
presidente Michelle Bachelet.
Diante de cerca de 3.000 pessoas
reunidas na principal praça do
município, Garotinho, 45, atacou
Lula de maneira bastante dura.
"Esse desgraçado do presidente
Lula, além de não dar a refinaria,
quer botar cinco pedágios na BR-101 daqui até o Rio de Janeiro. A
Rosinha [governadora do Estado
do Rio pelo PMDB e mulher de
Garotinho] disse que não aceita,
mas a rodovia é federal. Temos
que juntar todos os prefeitos da
região e não deixar botar pedágio
na BR-101. Daqui ao Rio você vai
pagar R$ 40 de pedágio", disse.
A instalação de uma refinaria de
petróleo no norte fluminense pelo
governo federal é umas das reivindicações da administração Rosinha. A BR-040 corta o município. É o principal acesso de Campos ao norte e ao sul do país. A
maior parte das cidades das regiões norte e noroeste do Rio é
controlada por Garotinho, que teria facilidade em convocar prefeitos aliados para protestar.
Sem Rosinha, que estava "muito febril", Garotinho participou
do último comício da campanha
do peemedebista Geraldo Pudim
à Prefeitura de Campos. A eleição
de 2004 foi anulada pelo TRE
(Tribunal Regional Eleitoral), que
concluiu ter havido irregularidades cometidas na campanha pelo
prefeito eleito, Carlos Alberto
Campista (PDT), e pelo próprio
Pudim, que tinha o apoio explícito do casal. Campista perdeu o
mandato. Pudim, como Garotinho e Rosinha, em primeira instância na Justiça Eleitoral de Campos, foi tornado inelegível por três
anos. O TRE absolveu os três. O
Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) contra a decisão de segunda instância. O TSE ainda não
se manifestou sobre o recurso.
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