São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Garotinho faz comício em Campos e chama presidente de "desgraçado"

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)

Pré-candidato do PMDB à Presidência da República, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "desgraçado" em comício realizado em sua cidade natal, Campos (280 km ao norte do Rio), na noite de anteontem. O presidente Lula estava ontem no Chile para acompanhar a cerimônia de posse da presidente Michelle Bachelet.
Diante de cerca de 3.000 pessoas reunidas na principal praça do município, Garotinho, 45, atacou Lula de maneira bastante dura.
"Esse desgraçado do presidente Lula, além de não dar a refinaria, quer botar cinco pedágios na BR-101 daqui até o Rio de Janeiro. A Rosinha [governadora do Estado do Rio pelo PMDB e mulher de Garotinho] disse que não aceita, mas a rodovia é federal. Temos que juntar todos os prefeitos da região e não deixar botar pedágio na BR-101. Daqui ao Rio você vai pagar R$ 40 de pedágio", disse.
A instalação de uma refinaria de petróleo no norte fluminense pelo governo federal é umas das reivindicações da administração Rosinha. A BR-040 corta o município. É o principal acesso de Campos ao norte e ao sul do país. A maior parte das cidades das regiões norte e noroeste do Rio é controlada por Garotinho, que teria facilidade em convocar prefeitos aliados para protestar.
Sem Rosinha, que estava "muito febril", Garotinho participou do último comício da campanha do peemedebista Geraldo Pudim à Prefeitura de Campos. A eleição de 2004 foi anulada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que concluiu ter havido irregularidades cometidas na campanha pelo prefeito eleito, Carlos Alberto Campista (PDT), e pelo próprio Pudim, que tinha o apoio explícito do casal. Campista perdeu o mandato. Pudim, como Garotinho e Rosinha, em primeira instância na Justiça Eleitoral de Campos, foi tornado inelegível por três anos. O TRE absolveu os três. O Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a decisão de segunda instância. O TSE ainda não se manifestou sobre o recurso.


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