São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000


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ONU deu prêmio a ministro

do Banco de Dados


José Gregori foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) em dezembro de 1998.
Coincidindo com a comemoração dos 50 anos da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Gregori recebeu o prêmio ao lado de mais quatro pessoas, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter.
Segundo a ONU, Gregori foi premiado por "sua luta desde os anos 50, buscando restabelecer a democracia no país, além dos programas nacional e regional de divulgação dos direitos humanos". Concedido pela organização a cada cinco anos, o prêmio já foi entregue ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e ao líder negro Martin Luther King.
Amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso há mais de 40 anos, Gregori assumiu, em 1997, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Durante sua gestão, Gregori cumpriu todas as tarefas na área de direitos humanos. Foi o responsável pela lei que permitiu indenizar familiares de desaparecidos políticos durante o regime militar (1964-1985).
A lei nº 9.140/95 reconhece como mortas pessoas desaparecidas durante os anos de resistência política ao regime militar no Brasil.
Também coube a ele a coordenação do Plano Nacional de Direitos Humanos. Sua ida para uma secretaria especial tem como objetivo acompanhar, no Congresso Nacional, a aprovação de leis para a regulamentação desse plano.
Além disso, priorizou a reestruturação do modelo atual das polícias militares. Gregori defendeu, nesse sentido, o projeto do deputado federal Hélio Bicudo (PT-SP), que transfere para a Justiça comum todos os crimes cometidos por policiais militares, com exceção de formação de quadrilha e extorsão.
Formado em direito pela Universidade de São Paulo, Gregori foi, entre 1975 e 1982, presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, criada por d. Paulo Evaristo Arns. Deputado estadual, no período de 1983 a 1987, Gregori foi secretário estadual de Descentralização e Participação na gestão Franco Montoro (PDMB).
Em março de 1992, no governo do presidente Fernando Collor de Mello, assumiu a chefia de gabinete do ex-ministro Marcílio Marques Moreira.

Jobim
No início do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, Gregori tornou-se chefe de gabinete do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, depois indicado pelo presidente para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal em 1997.
Na época, ocupou o cargo de ouvidor-geral da República, que tinha por função receber reclamações, denúncias e sugestões. "É importante para o cidadão sentir que alguém do governo quer ouvi-lo".
Cotado para substituir Jobim no ministério, acabou sendo preterido por FHC em detrimento do senador Iris Rezende (PMDB-GO).


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