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PMDB já articula Temer na pasta
KENNEDY ALENCAR
da Reportagem Local
O tucano José Gregori deve ocupar temporariamente o Ministério da Justiça. O PMDB e o Palácio
do Planalto têm planos de dar o
posto ao peemedebista Michel
Temer (SP), que deixará a presidência da Câmara no início do
ano que vem.
Na tarde de ontem, enquanto
era anunciada a queda de José
Carlos Dias, peemedebistas e um
auxiliar tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso já preparavam o terreno para Temer.
O antecessor de Dias foi o peemedebista Renan Calheiros, senador que saiu atirando do governo
em 99. O fato criou constrangimento para o relacionamento do
PMDB com o Planalto. Na mesma
época, o ministro das Comunicações, o tucano Pimenta da Veiga,
tentou convencer FHC a romper
com o PMDB.
Como naufragou a articulação
de Pimenta, peemedebistas e tucanos recompuseram o relacionamento. O ministro da Saúde,
José Serra, e Michel Temer foram
os principais responsáveis por esse reatamento.
Agora o PMDB se sente no direito de pleitear o posto para Temer. Alega que a vaga já era do
partido. O próprio FHC, em encontros com Temer no Palácio da
Alvorada, brincou diversas vezes:
""Você ainda vai ser o meu ministro da Justiça".
Temer, por sua vez, nunca escondeu que a idéia lhe agrada. Em
conversas reservadas, lembra que
foi secretário da Segurança Pública de São Paulo e que gosta da
área. Ex-professor de direito da
PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, ele dá aval à
articulação, mas não a assumirá
publicamente por motivos óbvios: ainda tem de presidir a Câmara até fevereiro de 2001 e não
quer constranger Gregori.
Diante do pleito informal dos
peemedebistas para guardar o
posto para o presidente da Câmara, FHC optou por Gregori, um
amigo que sonha ser ministro
desde o começo do primeiro
mandato, em 1995.
Gregori é uma peça que poderá
ser removida no futuro sem causar traumas partidários. Pelo contrário. Por ser tucano, serve até
como um trunfo para o PSDB tentar conseguir a presidência da Câmara quando Temer a deixar.
O PSDB vai argumentar que estará abrindo mão de um posto e
que merece uma compensação.
No raciocínio de um tucano, a
operação Gregori-Temer revela a
disposição do PSDB e do PMDB
de jogarem afinados politicamente na disputa de poder com o PFL
dentro da aliança governista.
Desde que tiraram do PFL o
posto de maior bancada na Câmara, em fevereiro, PSDB e
PMDB fazem questão de mostrar
o jogo casado, quem vem ocorrendo com incentivo de FHC.
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