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Gregori e
FHC têm
laço pessoal
da Sucursal de Brasília
O novo ministro da Justiça,
José Gregori, é um dos amigos
mais íntimos do presidente
Fernando Henrique Cardoso
há mais de 40 anos. Ele frequenta o Palácio da Alvorada
nos fins-de-semana para horas
de lazer, intimidade que FHC
abre a poucos.
A mulher de Gregori, Maria
Helena, é amiga da primeira-dama Ruth Cardoso e trabalha
com ela no Comunidade Solidária. Os casais possuem sítios
vizinhos em Ibiúna, interior de
São Paulo. Ontem, Gregori
passou boa parte do dia na
companhia de Ruth Cardoso.
Ele sempre quis assumir a
pasta da Justiça. Tentou substituir o primeiro ministro da Justiça de FHC, quando Nelson
Jobim foi indicado para o Supremo Tribunal Federal. Gregori era seu chefe de gabinete e
ocupou o cargo de ouvidor-geral da República.
Depois, foi cotado para substituir Iris Rezende, mas o cargo,
na época, pertencia ao PMDB.
O indicado pelo partido foi o
senador Renan Calheiros.
Agora, vai suceder o quarto
titular da Justiça no governo
FHC, José Carlos Dias, no momento em que estava cotado
para assumir cargo em um organismo internacional. Chegou a dizer a amigos que estava
ultimando detalhes com o presidente para sua indicação.
No Congresso, aliados de
FHC avaliam que Gregori pode
permanecer no ministério até o
início de 2001, quando termina
o mandato do presidente da
Câmara, Michel Temer, que
poderia voltar a ocupar a pasta
na cota do PMDB.
No Palácio do Planalto, a avaliação é rechaçada. Assessores
de FHC dizem que Gregori deve ficar até o final do mandato.
Direitos humanos
José Gregori foi o primeiro
brasileiro a ganhar o prêmio de
direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas)
em dezembro de 1998.
Na comemoração dos 50
anos da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, ele recebeu o prêmio com mais quatro pessoas, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos
Jimmy Carter.
Segundo a ONU, Gregori foi
premiado por "sua luta desde
os anos 50, buscando restabelecer a democracia no país, além
dos programas nacional e regional de divulgação dos direitos humanos".
Durante sua gestão na Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Gregori foi o responsável pela lei que permitiu indenizar familiares de desaparecidos políticos durante o regime
militar (1964-1985).
Também coube a ele a coordenação do Plano Nacional de
Direitos Humanos. Sua ida para uma secretaria especial teve
como objetivo acompanhar,
no Congresso Nacional, a
aprovação de leis para a regulamentação desse plano.
Além disso, priorizou a reestruturação do modelo atual das
polícias militares. Para isso,
Gregori defendeu o projeto do
deputado federal Hélio Bicudo
(PT-SP), que transfere para a
Justiça comum todos os crimes
cometidos por policiais militares, com exceção de formação
de quadrilha e extorsão.
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