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Presidente da OAB e ministro
do STF lamentam saída de Dias
da Sucursal de Brasília
da Reportagem Local
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Celso de Mello
também lamentou ontem a saída
do de José Carlos Dias do Ministério da Justiça: "Lamento que
um grande defensor da causa dos
direitos humanos tenha sido, por
razões conhecidas, afastado do
cargo de ministro da Justiça. Mais
do que o governo, o país perde
com esse afastamento", disse.
"O papel que ele vinha desempenhando era altamente significativo para a consolidação das
conquistas democráticas na área
sensível sujeita à supervisão do
Ministério da Justiça", disse.
O ministro do STF disse que o
país perdeu "um grande interlocutor" no diálogo entre o Poder
Público e representantes dos povos indígenas, minorias, organismos policiais e defensores de direitos do cidadão.
Mello elogiou a escolha de José
Gregori como sucessor do ministro Dias. Afirmou que, a exemplo
de Dias, o novo ministro "enfrentará grandes desafios", mas saberá solucioná-los.
"O ministro José Gregori é um
nome que se tornou emblemático
na atual administração e em face
de seu comprovado envolvimento com a defesa dos princípios
que regem a defesa dos direitos
básicos da pessoa humana."
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Reginaldo de Castro, também protestou contra a demissão de Dias.
Ele disse que o governo perdeu
"um de seus melhores quadros."
"Lamento profundamente a
saída de José Carlos Dias do ministério. O seu trabalho sempre
esteve pautado na defesa dos interesses da cidadania, com a qual
a Ordem dos Advogados se identifica profundamente."
O advogado Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça de José Sarney, afirmou lamentar o episódio
porque "José Carlos Dias é um
homem competente, que poderia
prestar um bom serviço ao país".
Mesmo dizendo desconhecer
os detalhes do afastamento, afirmou que tende a acreditar que
"ele tinha razão em seu entrevero
com o general encarregado do
serviço de inteligência contra o
narcotráfico". Essa área de inteligência, acrescentou Saulo Ramos, "tem sido menos eficiente
que a CPI do Narcotráfico".
O advogado Dalmo Dallari considerou lamentável a saída de José Carlos Dias: "Em minha opinião, ele foi o melhor ministro da
Justiça dos dois mandatos de
FHC. Ele mostrou ser um conhecedor do ministério e implantou
mudanças importantes".
Dallari disse ainda que a escolha de Gregori foi acertada, já que
ele também é um homem digno:
"Espero que ele continue o trabalho de José Carlos Dias".
Nelson Jobim, ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça de FHC, de
quem é amigo pessoal, disse que
Dias é um homem respeitável,
mas não quis comentar os motivos de sua saída, a seu ver "uma
questão interna do governo".
Quanto a José Gregori, disse conhecê-lo há muito tempo, por tê-lo convidado para a chefia de seu
gabinete no ministério. "É um
homem altamente competente,
com muita nitidez de princípios e
grande capacidade de diálogo, o
que me leva a crer que ele será um
bom ministro da Justiça".
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