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PT SOB PRESSÃO
Vicentinho passa o dia na Câmara e critica vaias
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos principais nomes do
sindicalismo e da CUT (Central
Única dos Trabalhadores) nos últimos 20 anos, o deputado federal
Vicente Paulo da Silva, 48, o Vicentinho, passou ontem ao largo
do maior protesto feito pela entidade contra as reformas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A única vez que viu o protesto
foi às 10h, segundo seu próprio relato, quando passou com seu carro perto do caminhão de som da
CUT, em direção à Câmara.
"Não deu para entender o que
diziam", descreveu o deputado,
que presidiu a entidade entre 1994
e 2000. No início do ato, quando
cerca de 20 mil pessoas já se aglomeravam, Vicentinho recebia em
seu gabinete uma comissão de
metalúrgicos de São José dos
Campos (SP) para tratar de possíveis demissões na cidade.
À tarde, quando o protesto atingia seu auge, Vicentinho estava
reunido com representantes do 1º
Encontro de Mulheres Parlamentares dos Países da Língua Portuguesa. Depois, participou da
abertura da 8ª Conferência Nacional de Direitos Humanos.
Vicentinho disse que não se
sentiu constrangido com a situação: "A bancada escolheu quem
iria falar com os sindicalistas, e eu
não fui escolhido". Soube, nos
corredores, que o presidente da
CUT, Luiz Marinho, e o líder do
partido, Nelson Pellegrino (BA),
haviam sido vaiados. Não gostou.
"Isso foi muito desrespeitoso.
Eles têm a minha solidariedade."
O deputado disse que, na bancada, defenderá as propostas da
entidade.
Sem prejuízo de um outro compromisso: "Eu posso até ter divergências em relação a um ou outro
ponto das reformas, mas a minha
confiança no Lula e no governo é
infinitamente maior".
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