UOL

São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

De Brasília a Paris

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Do Jornal da Record:
- Foi o primeiro grande protesto de Lula. O mais duro ataque ao governo.
E os três "radicais", de quem pouco se falou nas últimas semanas, Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá, viraram os heróis do funcionalismo.
Eles e o PSTU, que dominou o protesto em Brasília, com vivas para os "radicais" e vaias para quem falasse em negociar a reforma da Previdência.
Caso do novo presidente da CUT, que segundo a Jovem Pan mal conseguiu falar e saiu acusando o "pessoal do PSTU, esse partido que não dialoga com ninguém". Caso do líder do PT na Câmara, que saiu dizendo que o PSTU vaiaria a si mesmo se estivesse no poder.
A CUT e o PT podem liderar manifestações e se pronunciar em favor do funcionalismo, mas os "radicais" e o PSTU tomaram o terreno. É o "racha", expressão repisada nos telejornais.
É pouco provável que os servidores saiam ganhando, só com "radicais" e PSTU a seu lado. Ou, pior, se a eles se juntarem nomes como Jair Bolsonaro, que discursou no protesto.
Mas o governo Lula tem muito mais a perder, com os servidores na mão de extremistas de esquerda e direita. Líderes dos professores falavam em greve já na semana que vem.
E a Globo mostrou imagens dos conflitos que a reforma da Previdência vem provocando em Paris. E a locução:
- A França parou mais uma vez por causa da reforma da Previdência. Os manifestantes desafiaram a tropa de choque. Os soldados lançaram jatos de água e bombas de gás.
É a tempestade que se forma no horizonte de Brasília.
 
Enquanto isso, vem o presidente da Febraban, a federação dos bancos, e diz que não ficará surpreso se o Comitê de Política Monetária decidir manter, de novo, a taxa de juros.
Vem também o ministro Antônio Palocci e, em discurso afinado, diz que a inflação vem caindo "num ritmo menor do que nós gostaríamos".
Depois os líderes petistas reclamam ao serem chamados de "pelegos" e "traidores".
 
Garotinho não perde uma chance de fustigar o governo Lula. Primeiro foi o imposto sobre petróleo, que a Petrobras já ameaça levar à Justiça.
Agora é a cobrança de ICMS no Estado de origem, campanha para a qual está buscando seduzir Aécio Neves e outros.
Mas vem a ironia do Tribunal de Contas do Rio e condena, de uma só vez, juntos como companheiros, Garotinho e a petista Benedita da Silva.


Texto Anterior: Área social: Unificação dos programas terá duas propostas
Próximo Texto: Teoria & prática: Economistas do PT querem "inversão total" na Fazenda
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.