|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NO AR
De Brasília a Paris
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Do Jornal da Record:
- Foi o primeiro grande protesto de Lula. O mais duro
ataque ao governo.
E os três "radicais", de quem
pouco se falou nas últimas semanas, Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá, viraram os heróis do funcionalismo.
Eles e o PSTU, que dominou o
protesto em Brasília, com vivas
para os "radicais" e vaias para
quem falasse em negociar a reforma da Previdência.
Caso do novo presidente da
CUT, que segundo a Jovem Pan
mal conseguiu falar e saiu acusando o "pessoal do PSTU, esse
partido que não dialoga com
ninguém". Caso do líder do PT
na Câmara, que saiu dizendo
que o PSTU vaiaria a si mesmo
se estivesse no poder.
A CUT e o PT podem liderar
manifestações e se pronunciar
em favor do funcionalismo, mas
os "radicais" e o PSTU tomaram
o terreno. É o "racha", expressão
repisada nos telejornais.
É pouco provável que os servidores saiam ganhando, só com
"radicais" e PSTU a seu lado.
Ou, pior, se a eles se juntarem
nomes como Jair Bolsonaro, que
discursou no protesto.
Mas o governo Lula tem muito mais a perder, com os servidores na mão de extremistas de
esquerda e direita. Líderes dos
professores falavam em greve já
na semana que vem.
E a Globo mostrou imagens
dos conflitos que a reforma da
Previdência vem provocando
em Paris. E a locução:
- A França parou mais uma
vez por causa da reforma da
Previdência. Os manifestantes
desafiaram a tropa de choque.
Os soldados lançaram jatos de
água e bombas de gás.
É a tempestade que se forma
no horizonte de Brasília.
Enquanto isso, vem o presidente da Febraban, a federação
dos bancos, e diz que não ficará
surpreso se o Comitê de Política
Monetária decidir manter, de
novo, a taxa de juros.
Vem também o ministro Antônio Palocci e, em discurso afinado, diz que a inflação vem caindo "num ritmo menor do
que nós gostaríamos".
Depois os líderes petistas reclamam ao serem chamados de
"pelegos" e "traidores".
Garotinho não perde uma
chance de fustigar o governo Lula. Primeiro foi o imposto sobre
petróleo, que a Petrobras já
ameaça levar à Justiça.
Agora é a cobrança de ICMS
no Estado de origem, campanha
para a qual está buscando seduzir Aécio Neves e outros.
Mas vem a ironia do Tribunal
de Contas do Rio e condena, de
uma só vez, juntos como companheiros, Garotinho e a petista
Benedita da Silva.
Texto Anterior: Área social: Unificação dos programas terá duas propostas Próximo Texto: Teoria & prática: Economistas do PT querem "inversão total" na Fazenda Índice
|