São Paulo, domingo, 12 de junho de 2005

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Tucanos querem investigar suposta mesada no governo Marta Suplicy

DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal de São Paulo já tem assinaturas suficientes para a abertura de uma CPI para investigar denúncias de suposta compra de votos na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Protocolado na semana passada, o pedido de CPI entrou na fila, mas deve ganhar força, segundo seu autor, Dalton Silvano (PSDB), depois do escândalo do "mensalão", no qual se envolveu o governo federal. "São situações análogas", afirma o vereador tucano.
O pedido de CPI, que obteve 21 assinaturas entre os 55 vereadores, foi motivado por reportagem da "Veja" do início de maio. Segundo a revista, o secretário de Governo da gestão José Serra (PSDB), Aloysio Nunes Ferreira, e o presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, teriam ouvido relatos de pagamento de "caixinha", por empresários, para órgãos da prefeitura, secretários e vereadores da base da ex-prefeita. Eles negam ter participado de conversas do gênero.
Segundo relatos feitos à revista por pessoas que não quiseram se identificar, o dono da Consladel, Jorge Moura, seria o pivô do suposto esquema. A empresa negou o conteúdo da reportagem e Moura diz que vai processar a revista. O Ministério Público Estadual está investigando o caso.
Em 2003, o então vereador Gilberto Natalini (PSDB) disse, numa reunião fechada, que Marta obteve maioria na Câmara por ter comprado votos. As declarações foram gravadas e divulgadas, e Natalini, processado por ela.
Atual secretário de Participação e Parceria da administração Serra, Natalini está mais comedido. "Havia rumores de pagamento de caixinha, agora confirmados pelo ex-presidente da Câmara José Eduardo Cardozo (PT)", disse.
Cardozo conta que, numa sessão que presidia, um assessor militar da Casa o avisou que havia um boato da chegada de um carro, no subsolo, para pagar uma "mesada" aos vereadores. O hoje deputado diz que desceu ao local, mas não encontrou nada.

Resposta
Marta Suplicy divulgou nota em resposta à reportagem publicada ontem pela revista "Veja", que voltou a acusar a gestão da petista de pagar vereadores para conseguir a aprovação de projetos.
"A revista "Veja", na sua edição de hoje [ontem], produziu um libelo de conteúdo difamador e injurioso com o intuito de atingir minha imagem, minha honra e dignidade", afirma a nota. "[A matéria] visa atingir, além de minha pessoa, o PT e o governo do presidente Lula com claro conteúdo difamador", acrescenta a ex-prefeita. No texto, a petista diz que está tomando medidas judiciais contra a revista.

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