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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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NA EUROPA

Presidente afirma que já tirou "umas 200 fotos" com boné do movimento

Voltarei a usar boné do MST, diz Lula

DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, se se derem as circunstâncias, voltará a usar o boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), comportamento que desatou uma tempestade de críticas há duas semanas, à qual Lula declarou não ter dado importância.
No último dia 2 de julho, ao receber a direção nacional do MST, Lula recebeu uma cesta de produtos da entidade, entre as quais um boné, que ele usou por alguns instantes. Sua atitude provocou críticas de líderes ruralistas, empresários e dirigentes de partidos da oposição, e motivou a criação da CPI para investigar o MST.
"Já devo ter tirado umas 200 fotos com chapéu do MST na cabeça: vou continuar pondo", disse o presidente Lula ontem, em entrevista coletiva que abriu a primeira oportunidade para ser questionado sobre o episódio.
Lula disse ainda que dará ao MST o mesmo tratamento de sempre. "Quero ter uma relação de respeito com os sem-terra, com os empresários agrícolas, com os empresários urbanos, com os trabalhadores", afirmou.
Em seguida, Lula defendeu a reforma agrária como um "compromisso histórico" e como "necessidade social de se fazer justiça". Definiu reforma agrária como algo "mais importante do que apenas colocar a pessoa no campo. Não queremos transformar miseráveis urbanos em miseráveis rurais". Quando seu governo fizer assentamentos, disse, quer dar "a possibilidade de produzir".
O presidente voltou ao tema da paciência, quase cotidiano em suas falas. "As coisas vão acontecer cada uma no seu tempo. Nada será atropelado. A única coisa que pode nos atropelar são intempéries, sobre as quais não temos controle", disse.
Por fim, lamentou a violência no campo: "Não deveria ter violência no campo, porque o Brasil tem condições de fazer a reforma agrária sem precisar que haja violência", afirmou. (CLÓVIS ROSSI)


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