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NA EUROPA
Presidente afirma que já tirou "umas 200 fotos" com boné do movimento
Voltarei a usar boné do MST, diz Lula
DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem que, se se derem as circunstâncias, voltará a
usar o boné do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), comportamento que desatou uma tempestade de críticas
há duas semanas, à qual Lula declarou não ter dado importância.
No último dia 2 de julho, ao receber a direção nacional do MST,
Lula recebeu uma cesta de produtos da entidade, entre as quais um
boné, que ele usou por alguns instantes. Sua atitude provocou críticas de líderes ruralistas, empresários e dirigentes de partidos da
oposição, e motivou a criação da
CPI para investigar o MST.
"Já devo ter tirado umas 200 fotos com chapéu do MST na cabeça: vou continuar pondo", disse o
presidente Lula ontem, em entrevista coletiva que abriu a primeira
oportunidade para ser questionado sobre o episódio.
Lula disse ainda que dará ao
MST o mesmo tratamento de
sempre. "Quero ter uma relação
de respeito com os sem-terra,
com os empresários agrícolas,
com os empresários urbanos,
com os trabalhadores", afirmou.
Em seguida, Lula defendeu a reforma agrária como um "compromisso histórico" e como "necessidade social de se fazer justiça". Definiu reforma agrária como algo "mais importante do que
apenas colocar a pessoa no campo. Não queremos transformar
miseráveis urbanos em miseráveis rurais". Quando seu governo
fizer assentamentos, disse, quer
dar "a possibilidade de produzir".
O presidente voltou ao tema da
paciência, quase cotidiano em
suas falas. "As coisas vão acontecer cada uma no seu tempo. Nada
será atropelado. A única coisa que
pode nos atropelar são intempéries, sobre as quais não temos
controle", disse.
Por fim, lamentou a violência
no campo: "Não deveria ter violência no campo, porque o Brasil
tem condições de fazer a reforma
agrária sem precisar que haja violência", afirmou.
(CLÓVIS ROSSI)
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