São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Alckmin faz críticas aos institutos de pesquisa

Tucano diz que sua votação foi subestimada no 1º turno

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, criticou ontem os institutos de pesquisa ao procurar minimizar a vantagem do petista Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pelo Palácio do Planalto.
Segundo ele, os institutos "subestimaram" sua votação no primeiro turno e "superestimaram" a do presidente.
"A campanha inteira era "não vai ter segundo turno". Você pode escolher quem [qual instituto] errou menos", disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes. Ele comentava o resultado da última pesquisa Datafolha, publicada ontem.
Segundo o instituto, Lula está hoje 11 pontos à frente de Alckmin. Fora da emissora, o tucano questionou a metodologia utilizada pelo instituto:
"O Datafolha é um instituto sério. Agora, pesquisa de [ponto de] fluxo, o César Maia, que é um craque em análise de pesquisa, coloca que aqueles que têm menos votos da PEA [população economicamente ativa] você não consegue pegar bem em pesquisa de fluxo. Em 2002, o Serra, na prática, teve mais votos na urna. Na de prefeito [em 2004], também. Eu, no primeiro turno, também. Mas é um instituto sério, correto. Não vejo problema".

Metodologia
Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, o método, desenvolvido pelo próprio instituto, "é historicamente consagrado" por seus resultados.
"Com esse método, o Datafolha foi o instituto que mais se aproximou do número final de José Serra em 2004 [eleição para Prefeitura de São Paulo]. Em vez de abordar o eleitor nas casas [método domiciliar], nós preferimos abordá-lo nas ruas. Tem a vantagem de ser mais ágil sem perder rigor técnico e incluir todos os estratos", diz.
A respeito da afirmação de Alckmin de que os institutos "subestimaram" sua votação, Paulino diz que "a leitura do candidato é equivocada". Para ele, a apreensão de dois petistas, no dia 15 de setembro em São Paulo, com dinheiro que seria utilizado para a compra de um dossiê contra os tucanos, mudou os rumos da eleição.
"O Datafolha disse que, até o surgimento do dossiê, a eleição terminaria no primeiro turno. Com o surgimento do caso, o instituto mostrou que a soma das intenções de voto dos demais candidatos começou a se aproximar do índice de Lula. Esse movimento continuou até a votação final."
Segundo ele, o instituto também detectou que as chances de haver segundo turno aumentaram ainda mais após a ausência do petista no debate da TV Globo e com a divulgação das fotos do dinheiro apreendido com os petistas, na antevéspera da eleição.


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