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ELEIÇÕES 2006
Alckmin faz críticas aos institutos de pesquisa
Tucano diz que sua votação foi subestimada no 1º turno
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, criticou ontem os institutos de pesquisa ao procurar minimizar a
vantagem do petista Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pelo
Palácio do Planalto.
Segundo ele, os institutos
"subestimaram" sua votação
no primeiro turno e "superestimaram" a do presidente.
"A campanha inteira era "não
vai ter segundo turno". Você pode escolher quem [qual instituto] errou menos", disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Ele comentava o resultado da
última pesquisa Datafolha, publicada ontem.
Segundo o instituto, Lula está hoje 11 pontos à frente de
Alckmin. Fora da emissora, o
tucano questionou a metodologia utilizada pelo instituto:
"O Datafolha é um instituto
sério. Agora, pesquisa de [ponto de] fluxo, o César Maia, que é
um craque em análise de pesquisa, coloca que aqueles que
têm menos votos da PEA [população economicamente ativa] você não consegue pegar
bem em pesquisa de fluxo. Em
2002, o Serra, na prática, teve
mais votos na urna. Na de prefeito [em 2004], também. Eu,
no primeiro turno, também.
Mas é um instituto sério, correto. Não vejo problema".
Metodologia
Para o diretor do Datafolha,
Mauro Paulino, o método, desenvolvido pelo próprio instituto, "é historicamente consagrado" por seus resultados.
"Com esse método, o Datafolha foi o instituto que mais se
aproximou do número final de
José Serra em 2004 [eleição
para Prefeitura de São Paulo].
Em vez de abordar o eleitor nas
casas [método domiciliar], nós
preferimos abordá-lo nas ruas.
Tem a vantagem de ser mais
ágil sem perder rigor técnico e
incluir todos os estratos", diz.
A respeito da afirmação de
Alckmin de que os institutos
"subestimaram" sua votação,
Paulino diz que "a leitura do
candidato é equivocada". Para
ele, a apreensão de dois petistas, no dia 15 de setembro em
São Paulo, com dinheiro que
seria utilizado para a compra
de um dossiê contra os tucanos,
mudou os rumos da eleição.
"O Datafolha disse que, até o
surgimento do dossiê, a eleição
terminaria no primeiro turno.
Com o surgimento do caso, o
instituto mostrou que a soma
das intenções de voto dos demais candidatos começou a se
aproximar do índice de Lula.
Esse movimento continuou até
a votação final."
Segundo ele, o instituto também detectou que as chances
de haver segundo turno aumentaram ainda mais após a
ausência do petista no debate
da TV Globo e com a divulgação
das fotos do dinheiro apreendido com os petistas, na antevéspera da eleição.
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