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Assessor suspeito de espionagem é figura conhecida entre congressistas e no Planalto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Francisco Escórcio -o assessor especial de Renan Calheiros (PMDB-AL) implicado em
suspeita de espionagem- é nome novo para o grande público,
mas figura conhecida no Congresso e no Palácio do Planalto.
Agregado político do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), já foi senador e deputado,
nos dois casos como suplente
de congressistas peemedebistas. Apesar de não exercer mais
mandato, só circula nos corredores e plenários das duas Casas do Congresso com broche
de parlamentar na lapela. Contratado como assessor especial
da presidência do Senado, também despacha com freqüência
do gabinete de Sarney e da liderança do PMDB no Senado.
Além dos R$ 9.300 que recebe no Senado, Escórcio engorda seus rendimentos como
membro do Conselho Fiscal da
CEB (Companhia Energética
de Brasília), vaga para a qual foi
indicado na cota da Eletronorte
-estatal do setor elétrico sob o
guarda-chuva de nomeações de
Sarney e de Jader Barbalho
(PMDB-PA). Embolsa mensalmente o equivalente a cerca de
10% do salário de um diretor.
Foi Sarney quem o colocou
na Casa Civil na gestão do ex-ministro José Dirceu, lotado na
assessoria parlamentar, subordinado a Waldomiro Diniz,
protagonista do primeiro grande escândalo do governo Lula.
Maranhense, Escórcio ficou
rico a partir de uma pequena
loja de material de construções
em Taguatinga, cidade-satélite
de Brasília. Nos corredores do
Congresso, dizem que ele deu
um salto financeiro na década
de 1980, fornecendo material
de construção como divisórias
e placas de gesso para ministérios. A atividade lhe rendeu um
apelido que o acompanha ainda
hoje: "Chiquinho do Gesso".
Mandatos
Em 2006, ele disputou uma
cadeira na Câmara, mas não se
elegeu. Declarou bens à Justiça
Eleitoral no valor de R$ 2,415
milhões, incluindo quotas da
empresa Paulista Construções,
um prédio em Taguatinga, três
carros velhos, uma lancha e R$
195 mil em dinheiro vivo.
Nos breves momentos em
que exerceu mandatos, contou
com o afastamento dos titulares dos cargos para assumir.
Era o segundo suplente de Alexandre Costa na legislatura de
1995 a 2002. Assumiu um breve
período entre 2001 e 2002,
quando seu feito mais lembrado foi ter usado a tribuna para
pedir que o técnico Luiz Felipe
Scolari convocasse Romário
para a Copa de 2002. Pouco depois, assumiu cadeira da bancada maranhense na Câmara.
Escórcio é conhecido de muitos jornalistas em Brasília. Não
foram poucos os dossiês que
ofereceu sobre adversários políticos de Sarney a repórteres.
Não esconde a proximidade
que tem com o ex-presidente.
No episódio da espionagem
contra os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO), alegou
ter ido a Goiânia para buscar
material contra o governador
Jackson Lago (Maranhão), adversário de Sarney.
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