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RUMO A 2002
Apesar de conseguir bons resultado em capitais, partido avalia que precisa melhorar no interior para se consolidar
PT traça estratégia para crescer em cidades pequenas
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O PT traçou uma estratégia para
crescer nos chamados "grotões"
-cidades com menos de 30 mil
habitantes. Bem-sucedido na disputa de grandes cidades e capitais,
o partido avalia que precisa melhorar muito ainda no interior,
para se tornar verdadeiramente
um partido consolidado em todas
as regiões do país.
Dois dados chamaram a atenção do PT na última eleição: a baixa proporção de seus votos obtidos nas pequenas cidades e a pequena quantidade de cidades brasileiras em que conseguiu lançar
candidatos.
Dos votos recebidos pelo PT nas
eleições, 4,5% estavam em cidades de até 30 mil habitantes. É um
crescimento com relação à eleição
de 96 (quando a proporção ficou
em 3%), mas que o partido ainda
considera insatisfatório.
Mais preocupante é o fato de o
PT ter lançado candidato em somente 1.300 municípios do Brasil,
o equivalente a menos de um
quarto do total do país.
"As pequenas cidades representam 40% do eleitorado brasileiro.
É fundamental crescer nelas para
nosso projeto presidencial. Se tivéssemos potencializado o lançamento de candidatos, teríamos
feito muito mais prefeitos que os
187 que conseguimos", afirmou
João Paulo Cunha, coordenador-geral do Grupo de Trabalho de
Eleições do partido, que fez o levantamento.
Se comparado com o desempenho do partido em cidades grandes e médias, o contraste é evidente. Nas 168 maiores cidades do
país, o PT governará para 18 milhões de eleitores, enquanto o segundo colocado, o PMDB, terá 10
milhões. O PT pretende sanar essa distorção fazendo um trabalho
de "irradiação" da imagem do
partido a partir do que chama de
"cidades-pólo".
"Vamos fazer com que as cidades pequenas fiquem sabendo o
que acontece nas maiores. Imperatriz (MA), por exemplo, influencia cidades em um raio de
60, 80 quilômetros", diz Cunha.
A idéia é estimular petistas de
pequenas cidades a divulgar
obras e projetos de cidades maiores de forma enfática. Em Ribeirão Preto (SP), isso já vem sendo
feito há alguns anos, e o partido
conseguiu eleger várias cidades
na região.
Para Cunha, o partido tem dificuldades maiores nos "grotões".
"Nas cidadezinhas, é mais difícil
para o PT, porque a informação é
mais truncada, circula com menos independência. As pequenas
cidades não têm o hábito da organização, não tem a história, é preciso fazer esse trabalho", afirma.
Para o deputado federal José
Genoino, "o processo de transformações e de renovação no Brasil
sempre se dá dos grandes centros
para o interior".
"Você tem de irradiar valores
nos lugares onde o coronelismo, o
cabresto existem", diz.
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