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Sem acordo, votação da Câmara trava
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA ENVIADA A BRASÍLIA
A votação das medidas provisórias está ameaçada nesta semana
por falta de acordo político entre
os partidos na Câmara. A desobstrução da pauta é importante para
que, até o início do recesso parlamentar, possam ser votadas as
propostas de interesse do futuro
governo petista.
Das 12 MPs que estão com prazo de votação vencido (45 dias depois da edição), três tratam de salários e de planos de carreira, e
não há entendimento entre os deputados federais e entidades representativas do funcionalismo.
Essas MPs envolvem servidores
do Banco Central, da Polícia Federal e do Ministério da Saúde.
A primeira da lista -e uma das
mais polêmicas- trata do plano
de carreira dos servidores do BC.
Todas as dez regionais do sindicato dos servidores do banco resolveram paralisar hoje os trabalhos
como forma de pressionar pela
votação da medida provisória
com as mudanças previstas em
111 emendas apresentadas pelos
congressistas.
O sindicato espera que cerca de
4.000 funcionários do banco deixem de trabalhar enquanto as reivindicações não forem aceitas. A
principal questão é alterar o texto
original da MP, que prevê a devolução de diferença salarial paga
judicialmente pelo banco em 1994
a título de reposição de perdas de
plano econômico.
Se for aprovado o texto original
(sem as emendas), os funcionários terão de devolver R$ 90 milhões. Caso contrário, o BC terá de
recorrer à Justiça para receber de
cada agente público.
Os servidores pedem ainda a incorporação de gratificações ao
vencimento básico e mais R$ 3
milhões para saneamento do plano de saúde. A exemplo do que
ocorreu na semana passada, representantes dos servidores estarão na Câmara pressionando diretamente os deputados.
Se conseguirem chegar a um
acordo no caso do Banco Central,
os congressistas devem enfrentar
novas barreiras durante a votação
de outras medidas, como a que
prevê o fim da cobrança em cascata em todas as etapas da cadeia
produtiva do PIS/Pasep e a manutenção da alíquota de 9% da CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Deputados que participam das
negociações de MPs estão pessimistas com o desenrolar das votações e dizem que a situação está
"encalacrada". O mais provável,
segundo esses deputados, é que a
votação das MPs polêmicas fique
para a próxima semana.
Além da falta de acordo político,
o principal negociador do atual
governo, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), está em Portugal com o presidente Fernando
Henrique Cardoso.
(LUIZA DAMÉ e LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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