São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 2002

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INVESTIGAÇÃO

Dois dirigentes da Abin foram absolvidos

Procuradoria recorrerá de decisão sobre caso do grampo no BNDES

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público Federal do Rio anunciou ontem que vai recorrer da sentença do juiz da 2ª Vara Federal Criminal, Alexandre Libonati de Abreu, que absolveu na semana passada dois dirigentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) denunciados como envolvidos na escuta telefônica clandestina no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), no processo de privatização do sistema Telebrás, em 1998.
Nas fitas gravadas havia até mesmo conversas do presidente Fernando Henrique Cardoso com ministros e dirigentes de estatais. Após a revelação da existência dos grampos, o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e o então presidente do BNDES, André Lara Resende, renunciaram.
O juiz entendeu que não havia provas de que João Guilherme dos Santos Almeida, então chefe da Abin no Rio, e Gersi Firmino da Silva, então coordenador da Abin em Brasília, tenham participado do crime.
Na sentença, Abreu condenou como autores do grampo o ex-agente da Abin Temílson Antônio Barreto de Resende, o Telmo, a três anos e quatro meses de prisão, e o detetive particular Adilson Alcântara de Matos, a dois anos e oito meses de prisão.
Célio Areas Rocha, também acusado de participar das gravações, obteve perdão judicial por ter colaborado com a Justiça.
"Entendemos que há provas para condenar os outros dois [Silva e Santos Almeida". Estamos elaborando um recurso que será entregue esta semana", disse o procurador da República Artur Gueiros, para quem "uma operação desta envergadura não poderia ter sido feita sem que a cúpula da Abin tivesse ciência".
O advogado de Telmo, Carlos Kenigsberg, também anunciou que vai recorrer da condenação.



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