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Pela prorrogação, Lula entra em campo, encontra oposicionista e faz promessas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio aos temores do governo de não conseguir prorrogar a CPMF, o presidente Lula
deu ontem o seu passo mais
concreto em direção à oposição: foi tomar café da manhã,
fora da agenda, com o governador do Distrito Federal, José
Roberto Arruda, do oposicionista DEM. E saiu do encontro
deixando duas "boas notícias".
Prometeu a Arruda enviar
para o Congresso o mais rapidamente possível o pedido de
aval para um empréstimo do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) de US$ 270
milhões para o programa "Brasília Integrada", para o sistema
de transporte do DF.
A segunda "boa notícia" -como Arruda a classificou depois- foi a de que a CEF (Caixa
Econômica Federal) aprovou a
liberação de R$ 180 milhões para o programa "Pró Moradia",
de urbanização e asfaltamento
de áreas degradadas da capital.
Arruda havia telefonado anteontem para Lula, que o atendeu em Buenos Aires. O objetivo, segundo o governador, era
pedir rapidez no aval do empréstimo do BID. Para sua surpresa, Lula ligou ontem, por
volta das 8h, já simpaticamente: "Tem café aí na tua casa?". E
foi para a residência oficial de
Águas Claras, onde ficou por
volta de uma hora.
"É um craque!", elogiou depois Arruda, que telefonou para
o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), relatando a conversa e já se preparando para fazer uma ponte entre
Lula e a cúpula partidária.
Mesmo com o governo dizendo que fracassou a "operação de varejo", voto a voto, a favor da CPMF, o governador de
Rondônia, Ivo Cassol (PPS), foi
outro que levou vantagem ontem. Após pedir, recebeu do
Ministério da Fazenda a promessa de ajuda na renegociação de uma dívida do Estado
com o BC (Banco Central).
Na saída do encontro, Cassol
disse que estava "trabalhando a
questão da CPMF" com o senador Expedito Júnior (PR-RO),
que se diz contra o tributo.
O governo também intensificou a liberação de emendas de
bancada e individuais dos parlamentares. Nos 11 dias deste
mês, foram empenhados (compromisso de gastos) R$ 230,4
milhões, segundo dados do Siafi coletados pela assessoria do
DEM. Em outubro, o valor empenhado foi de R$ 173 milhões.
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