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LEGISLATIVO
Para Banco, doação faz parte de acordo e é legal
Bradesco dá 63 carros, avaliados em R$ 3 mi, para deputados baianos
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Em troca da manutenção da
conta da Assembléia Legislativa, o
Bradesco deu um Focus sedã
completo (avaliado em R$ 46 mil)
para cada um dos 63 deputados
estaduais da Bahia. No total, o
banco gastou R$ 2,998 milhões
com a aquisição dos carros, segundo a Assembléia.
"Nós apenas aderimos a um
acordo feito pelo governo da
Bahia, Poder Judiciário, Tribunal
de Contas do Estado e pelo Tribunal de Contas do Município", disse o presidente da Assembléia,
Carlos Gaban (PFL). O acordo foi
revelado ontem pelo jornal "Correio da Bahia". Antes, apenas os
oito deputados da mesa diretora e
os líderes de partidos tinham direito carros oficiais.
"Cada deputado pode utilizar o
seu automóvel apenas a trabalho.
Para evitar problemas, pedi a instalação de placas pretas, medida
que facilita a identificação", disse
Gaban. No entanto, o Focus dado
ao deputado Luiz Argolo (PP) estava parado na manhã de ontem,
sem placa, na Assembléia.
Carlos Gaban disse que o acordo entre o Bradesco e o governo
da Bahia foi feito há mais de cinco
anos, quando o banco comprou o
extinto Baneb (Banco do Estado
da Bahia). "Como os postos do
Bradesco estão instalados em locais públicos, a diretoria do banco
ofereceu uma contrapartida."
O deputado Álvaro Gomes (PC
do B) disse que os deputados precisam ter condições de trabalho.
"O que não podemos é utilizar os
automóveis para uso próprio."
O Bradesco informou que os
carros cedidos integram a "renovação de contrato com o Estado
da Bahia, ampliado ao Poder Legislativo, em decorrência do contrato de prestação de serviços firmado com o Estado, no período
da privatização do Baneb". O
banco disse que os "bens em
questão são patrimônio exclusivo
da Assembléia Legislativa" e que o
contrato está de acordo com a legislação em vigor.
Além dos carros, os deputados
baianos interromperam as suas
férias nesta semana para ganhar
R$ 28.620 por 20 dias de trabalho
para analisar nove projetos.
O deputado José Neto (PT) criticou o autoconvocação. "Não
existe nenhum projeto de relevância para ser votado com urgência. Isso é uma vergonha e
quem vai pagar a conta é a população", disse.
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