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Oposição cobra Lobão Filho por denúncia
Filho do senador Edison Lobão teria usado laranjas em distribuidora de bebidas da qual seria sócio, segundo revista
Segundo Lobão Filho, que pode assumir o mandato do pai, indicado para ministro, houve "má fé'; PSDB e DEM dizem que acusação é grave
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PSDB e DEM cobraram ontem explicações ao primeiro
suplente de senador Edison
Lobão Filho (DEM-MA) sobre
o suposto uso de laranjas no comando de uma empresa distribuidora de bebidas da qual ele
seria sócio. Líderes de ambos os
partidos reconheceram que a
denúncia é grave e precisa ser
apurada.
De acordo com reportagem
da revista "Veja" desta semana,
Lobão Filho transferiu cotas da
Bemar, uma distribuidora de
bebidas no Maranhão, para o
nome de uma empregada doméstica sem a anuência dela.
"Se pudesse voltar atrás, diria
para não botar minha participação por meio de laranjas",
disse ele segundo a revista.
Ainda segundo a reportagem,
Lobão Filho teria tomado a medida, em 1999, porque a Bemar
aparecia com dívidas bancárias
de R$ 5,5 milhões. Na época, ele
havia acabado de entrar para a
política visando uma candidatura a primeiro suplente do pai,
em 2002, e não queria ver seu
nome ligado a dívidas.
Nos próximos dias, Lobão Filho poderá assumir o mandato
do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), que deverá ser anunciado
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como novo ministro
de Minas e Energia. O nome dele, porém, ainda enfrenta resistências de setores do governo.
Sobretudo da ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Roussef.
"Refuto veementemente o
teor da matéria da revista "Veja". Estou preparando uma resposta formal para tais insinuações", afirmou ontem Lobão
Filho, em nota.
"Há má fé na reportagem,
evidenciada pelo tom desrespeitoso com que a revista se refere a mim e reforçada pelo fato
de o repórter ter me dito que já
havia me entrevistado na quinta-feira, quando na verdade havia conversado com uma pessoa que se fez passar por mim,
de um telefone que não é nem
nunca foi meu, e para o qual o
repórter da revista "Veja" ligou
-num flagrante de falsidade
ideológica que o repórter da
"Veja" ignorou", disse ainda.
"Oito anos atrás, transferi
minha participação em uma
empresa para pessoas que meu
ex-sócio indicou -decisão sobre a qual ele tem total responsabilidade", completou.
Esclarecimentos
"Esse assunto é gravíssimo.
Tanto o pai quanto o filho devem prestar mais esclarecimentos", disse o líder do PSDB
no Senado, Arthur Virgílio
(AM). "Tudo o que o Senado
não precisa são fatos como este.
É preciso que o mal seja cortado pela raiz", completou.
Partido pelo qual Lobão Filho está filiado, o DEM cobrou
explicações do primeiro suplente de senador. "Não sabia
que ele ainda permanecia no
DEM. Pensei que tivesse mudado para o PMDB junto com o
pai", disse o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo
Maia. "Ele terá de se explicar."
Um dos responsáveis pela articulação para colocar Lobão
no ministério, o líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), disse que vai procurar o senador para obter dados. "Preciso saber detalhes para poder tomar uma posição."
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