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INVESTIGAÇÃO
Gastos irregulares com obras somam R$ 3 milhões
Ministério Público apura esquema de "estrada fantasma" no Maranhão
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Estadual
do Maranhão encontrou irregularidades na construção de 19 estradas vicinais contratadas pelo governo em 2003. De acordo com
inquérito concluído anteontem
pela Promotoria, as obras foram
pagas, mas não executadas. Alguns dos povoados que seriam interligados nem sequer existem.
Segundo o procurador-geral de
Justiça do Estado, Raimundo Nonato de Carvalho Filho, foram
gastos irregularmente com as
obras cerca de R$ 3 milhões.
A investigação do Ministério
Público não envolveu o governador José Reinaldo Tavares (PTB),
mas responsabiliza o ex-secretário licenciado da Infra-Estrutura
João Cândido Dominici, cunhado
de Tavares. Como se trata de secretário de Estado, cabe ao procurador denunciar ou não o caso.
"No curso da próxima semana,
devo ajuizar ação civil por improbidade administrativa e ação penal", disse o procurador-geral.
O advogado Ulisses Martins,
que representa o secretário, disse
que não poderia comentar o caso,
pois não teve acesso ao inquérito.
Disse, no entanto, que foi feita investigação interna na secretaria,
concluída há duas semanas, e que
seu cliente havia sido inocentado.
Além do secretário, foi apurado
também o suposto envolvimento
do engenheiro José Ribamar Teixeira Santos, responsável pela vistorias nas obras, e do dono das
construtoras Petra e L.J. Construções, contratadas para execução.
A Folha deixou recado na construtura Petra, mas o dono Lourival Parente não ligou de volta.
O advogado Marcos Lobo, que
representa Teixeira Santos, disse
que o engenheiro foi orientado a
assinar as medições da obra sem
que fossem vistoriadas. Segundo
Lobo, Santos não teve envolvimento com supostos desvios.
O advogado representa também o professor Hastílio da Costa, autor de uma ação popular
contra o governador, a primeira-dama, Alexandra Tavares, o secretário licenciado da Infra-Estrutura e outros por suposto desvio de recursos públicos. A ação
popular não inclui o engenheiro.
O Ministério Público solicitou
ao governo a documentação de
outras 182 estradas, construídas
nos últimos dez anos, que abrange as administrações da ex-governadora Roseana Sarney, de 1994 a
2002, atual adversária de Tavares.
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